O primeiro plantio de canola na Zona Sul do Estado está no final da floração e início da fase de enchimento de grãos. Como alternativa ao trigo no inverno, a oleaginosa vem recebendo incentivos governamentais e também de empresas privadas. Em Pelotas, três produtores somam 111 hectares plantados na Colônia Osório.
Um dos atrativos da cultura é o preço de comercialização. “É um valor estável, geralmente equiparado ao da soja”, explica o engenheiro-agrônomo e extensionista da Emater Pelotas, Luciano Ossanes.
Segundo ele, o plantio foi realizado entre abril e junho, e a colheita deve ocorrer ainda em 2025. “Estamos com expectativa positiva, pois a canola é mais uma opção para as áreas de inverno e representa uma nova oportunidade de renda para esse período”, afirma.
O agricultor Alan Cristian Voigt destinou 80 hectares à canola. “Além de ser uma das últimas culturas rentáveis, contribui para a adubação do sistema, cobre o solo no inverno e ainda gera renda na entressafra da soja”, destaca.
Entre os pontos positivos, Ossanes cita a facilidade de venda, o menor custo de produção e a forte demanda, especialmente para biocombustível. “A rotação de culturas ainda ajuda no controle de doenças, melhora o solo e favorece o manejo fitossanitário”, ressalta.
Por outro lado, ainda existem desafios: falta de domínio técnico sobre o cultivo, incerteza quanto à adaptação da planta ao Sul e a necessidade de máquinas específicas para o manejo. “É uma semente muito miúda, e ainda não temos plantadeiras e colheitadeiras totalmente adaptadas”, explica Ossanes.
Apesar disso, a expectativa é positiva. Voigt prevê colher, em média, mais de 20 sacas por hectare, embora a produtividade possa variar bastante. “A canola pode render de 12 a 30 sacas, mas acreditamos que teremos bons resultados”, projeta.
Segundo ele, o investimento é de aproximadamente R$ 2 mil por hectare, o equivalente a 15 sacas por hectare. A colheita está prevista para iniciar em 15 de outubro.