UFPel terá as primeiras equipes de cuidados paliativos matriciais do país

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UFPel terá as primeiras equipes de cuidados paliativos matriciais do país

Instituição teve o modelo de cuidado habilitado pelo governo federal, e dará suporte a 25 municípios da Macrorregião Sul

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UFPel terá as primeiras equipes de cuidados paliativos matriciais do país
(Foto: Divulgação)

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) está na fronte da saúde pública nacional. No início deste mês, o governo federal habilitou as primeiras equipes da Política Nacional de Cuidados Paliativos, e a UFPel foi contemplada com duas das cinco cotas iniciais. As equipes de Pelotas são as primeiras matriciais do país, um modelo que irá oferecer suporte especializado a 25 municípios da Macrorregião Sul do Estado.

O anúncio é resultado de uma longa articulação liderada pela Cuidativa UFPel, um projeto de extensão universitária que já é referência nacional em cuidados paliativos. A coordenadora e idealizadora do projeto, Julieta Fripp, explica a importância da habilitação. “Isso vai ter um impacto muito grande na nossa região”, afirma. “As equipes matriciais têm o critério de uma para cada 500 mil habitantes. Como a Macro-Sul tem um milhão, a gente fez a proposta de assumir toda a região”.

Diferente das equipes assistenciais, que atuam de forma direta no atendimento aos pacientes, o modelo matricial terá um papel de apoio e consultoria. A ideia é que os profissionais locais – de unidades básicas de saúde e hospitais – possam solicitar ajuda e orientação para casos complexos. A meta é garantir que pacientes com doenças crônicas ou em fase terminal recebam a ajuda adequada sem precisar de grandes deslocamentos.

“A gente vai orientar os profissionais que estão no interior, que estão atendendo pessoas na atenção básica ou no hospital”, explica Julieta. “A gente vai dialogar com eles por tele-saúde.” Para garantir um vínculo de confiança e uma comunicação mais assertiva, as equipes também farão visitas presenciais aos municípios.

As duas equipes habilitadas serão compostas por uma equipe multiprofissional. Cada uma delas contará com médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social, fundamentais para a abordagem integral do paciente. Uma das equipes terá ainda a presença de um pediatra, garantindo um olhar especializado e sensível para as necessidades de crianças em cuidados paliativos.

A luta pela política nacional e os próximos passos

A habilitação é vista como uma grande vitória para a Frente Paliativista, movimento que trabalha pela criação de uma Política Nacional de Cuidados Paliativos desde 2023. A Portaria que instituiu a política foi publicada em maio de 2024, mas a habilitação das equipes levou mais tempo devido a mudanças no Ministério da Saúde.

“Essas habilitações são a conquista de um movimento que mostrou a importância desse cuidado para as pessoas que sofrem por doenças crônicas”, destaca Julieta. “É uma conquista, a política veio para ficar”.

Conversa com o poder público

Com a publicação da portaria, a Cuidativa já está em diálogo com a prefeitura de Pelotas e o governo do RS para organizar a gestão dos repasses financeiros. A equipe também pretende agendar reuniões com gestores municipais e prefeitos da Zona Sul do Estado para apresentar o projeto e alinhar o trabalho.

A notícia representa um passo importante em direção à meta final da Política Nacional de Cuidados Paliativos: a habilitação de 1,3 mil equipes em todo o Brasil para garantir assistência e dignidade aos pacientes e suas famílias. “A gente espera que as próximas que chegarem na fila do Ministério sejam habilitadas também, que nós vamos ficar monitorando”, finaliza Julieta.

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