Nada explica

Editorial

Nada explica

Nada explica

Não há justificativa lógica para os baixos índices de vacinação. Há, claro, argumentos baseados em completos absurdos, como a descrença nas vacinas. É bizarro ver tal movimento, sobretudo menos de meia década após vencermos uma pandemia que ceifou 15 milhões de vida no mundo. E a superação veio justamente quando iniciou o processo de imunização em massa. Se hoje podemos voltar a respirar o ar livre, abraçar amigos e fazer roda de chimarrão com toda tranquilidade, é por conta disso. Não podemos nos dar ao luxo de esquecer o que nós mesmos vivemos.

O fortalecimento dos movimentos antivacina vem justamente na esteira de um movimento global de descrença em instituições sólidas e de revolta, impulsionados pela facilidade de se criar bolhas virtuais em que crendices podem ser debatidas em grupos onde todos concordam com todos. Até o terraplanismo voltou ao debate, séculos após termos resolvido esse assunto. Décadas após termos pisado na lua. Em um momento em que exploramos pontos cada vez mais distantes do espaço sideral. Por isso, é fundamental que não esqueçamos de pensar fora das nossas bolhas, de absorver conteúdo variado e, acima de tudo, de usarmos um pensamento lógico, crítico e científico. Baseado em evidências.

E não há evidência mais sólida do que o efeito da vacinação, da medicina em geral. Já há quem acredite que o primeiro humano a viver 150 anos já nasceu. Isso é feito pelo milagre da ciência, da medicação, do cuidado, da cirurgia e… da vacina. Com ela, controlamos doenças, batemos a varíola, o sarampo, a pólio e a controlamos a expansão da Covid-19. Através da imunização em massa, vivemos mais. A evidência está nos números, com o avanço das ciências da saúde, avançou a longevidade humana e ganhamos qualidade de vida.

Combater a desinformação é papel de todo cidadão de bem, que quer uma sociedade mais justa e, principalmente, saudável. Estimular a vacinação é estimular a saúde e a longevidade. Virar o jogo para cima de mais um ano de desempenho vergonhoso é responsabilidade de todo mundo, não apenas do poder público. A vacina salva vidas e ir contra isso é estupidez.

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