A possibilidade de se trocar o nome da rua Voluntários da Pátria por João Pessoa causou polêmica na comunidade pelotense. Em setembro de 1930, cidadãos manifestaram sua opinião sobre o tema em algumas cartas recebidas pelos jornais da cidade.
Um deles, por exemplo, era a favor da permanência do nome Voluntários. “Essa denominação representa um patriótico testemunho de respeito aos bravos pelotenses que em 1865 partiram para o Paraguai, depois de aquartelarem em um prédio daquela rua. Essa é a história. Esse é o passado, que só merece veneração”, manifestou-se o leitor.
O mesmo pelotense ainda sugeria que o nome João Pessoa fosse dado a outra rua, como por exemplo, a Três de Maio, ou alguma outra que tivesse nome de santo.
Na época, o estado ainda assimilava o susto pelo assassinato do advogado João Pessoa, em 26 de julho de 1930. O governador do estado da Paraíba era candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo gaúcho Getúlio Vargas. “Fato que provocou verdadeira comoção nacional e veio a constituir um dos motivos da Revolução de 30”, descreve o historiador Mario Osorio Magalhães, na obra Os passeios da cidade antiga.
Guerra do Paraguai
De acordo com o registro do historiador, a rua Voluntários da Pátria foi projetada no primeiro loteamento urbano, de 1815, nos terrenos do capitão-mor Antônio dos Anjos. “Era a penúltima transversal, que na direção sul, fechava o quadro da primitiva freguesia”, descreve Magalhães no mesmo livro.
O nome inicial era rua do João Pedro ou rua da Horta, que para Magalhães levantava a possibilidade de o próprio João Pedro ser o dono da horta. A denominação atual foi mesmo uma homenagem da Câmara Municipal aos 139 voluntários pelotenses, que em 4 de dezembro de 1865 se colocaram à disposição para enfrentar as tropas de Solano López, na Guerra do Paraguai.
Homenagem e revolução
Ao que parece foi clamor popular que impediu a renomeação da Voluntários, o que resultou no deslocamento do patrono João Pessoa para a zona da várzea pelotense. Sobre essa via, Mario Osorio Magalhães escreveu que: “Sua origem se confunde com as ruas Bento Martins, Alberto Rosa e Álvaro Chaves…as quatro projetadas ao findar da década de 1860”. Até 1930, a via se chamava Liberdade, porém, em 1930, assim como a capital do estado da Paraíba, foi rebatizada para João Pessoa. “Fato que provocou verdadeira comoção nacional e veio a constituir um dos motivos da Revolução de 30”, descreve o historiador.
Fontes: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Os passeios da cidade antiga, de Mario Osorio Magalhães; site Mundo Educação.; wikipedia
PARA SABER
- A revolução culminou com o Golpe de 1930, que transferiu o poder para o gaúcho Getúlio Vargas.
- O episódio marcou o início do Governo Provisório, do Governo Constitucional e do Estado Novo.
Há 50 anos
Começam os preparativos para a Expofeira de Pelotas
Funcionários do Departamento de Limpeza Pública começaram a limpar as dependências da Sociedade Agrícola de Pelotas. O trabalho preparava a sede da entidade para a 49ª Exposição Feira de Agropecuária, Indústria e Comércio. Em 1975, o evento foi iniciado no dia 25 de setembro.

A Exposição Feira chegou a ter desfile na frente do antigo Liceu Eliseu Maciel (Foto: Reprodução)
Os expositores interessados em participar da Exposição Feira tiveram até o dia 15 de setembro para se inscrever. Até o dia 4, a entidade tinha confirmadas mais de 20 inscrições oriundas de diferentes cidades da região Sul do Estado, a exemplo de Santa Vitória do Palmar, Jaguarão, Herval, Pinheiro Machado, São Lourenço do Sul, Rio Grande, Rio Pardo, Piratini, Pedro Osório e Arroio Grande.
Para saber
A Sociedade Agrícola Pastoril do Rio Grande do Sul foi a primeira agremiação ruralista criada no Rio Grande do Sul. Fundada em 12 de outubro de 1898, foi ela quem abriu caminho para as federações rurais. A entidade deu origem à atual Associação Rural de Pelotas.
Quase um ano após a sua fundação, em abril de 1899, a sociedade realizou a 1ª Exposição Rural de Pelotas. O evento se repetiu até 1919, teve uma pausa e foi retomado em 1924.
A 23ª Exposição ocorreu entre os dias 2 e 7 de outubro de 1945, logo após o fim da 2ª Guerra Mundial. Esta edição foi a primeira em local próprio, inaugurando o espaço do Parque Ildefonso Simões Lopes.
Fontes: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense