Há 189 anos
O rio-grandino Antônio de Souza Netto (1803-1866), general de brigada do Exército Liberal Republicano Farroupilha, proclamou a República Rio-Grandense. O ato do dia 11 de setembro de 1836 ocorreu diante da tropa rebelde, na região de Bagé. Naquele momento também foi estabelecido que a pequena cidade de Piratini seria a capital do novo país. Esse momento histórico estabeleceu o que se passou a chamar de República de Piratini.
A decisão ocorreu um dia após a vitória dos farroupilhas na Batalha do Seival, na época região de Bagé, onde hoje está Candiota. A sobreposição da cavalaria rebelde liderada por Netto sobre os soldados imperiais foi fator determinante para os novos rumos do movimento.

Netto nasceu no Capão Seco, em Rio Grande (Foto: Reprodução)
Após quase um ano do início da Revolução Farroupilha (1835-1945), o 1836 não estava sendo favorável aos rebeldes. No início de setembro, a pedido de Bento Gonçalves, Netto remonta a 1ª Divisão de Cavalaria dos farroupilhas. O objetivo era enfrentar o comandante do Império, coronel João da Silva Tavares, que vinha do Uruguai. Posteriormente, Tavares foi agraciado com o título de Visconde de Cerro Alegre.
O confronto ocorreu no dia 10 de setembro de 1836. As tropas de Netto encontraram as de Tavares em uma posição privilegiada. Os imperiais estavam descendo uma coxilha, enquanto que os farrapos se encontravam em uma área de várzea. Para que as tropas se chocassem, foi preciso avançar pelo arroio Seival, enquanto que os imperiais desciam a coxilha.
Inicialmente os imperiais tiveram vantagem. Em meio à batalha, uma espada arrebentou o freio do cavalo de Tavares, que, desorientado, correu. O que parecia ser uma fuga desorientou a linha de defesa imperial e confundiu os soldados.
Netto aproveitou o atordoamento e lançou sua tropa reserva. Com estratégia correta, senso de oportunismo e valentia, os farroupilhas conquistaram a vitória que parecia muito difícil.
O resultado final da Batalha do Seival foi, pelo lado farroupilha, 180 baixas de 400 homens. Os imperiais tiveram mais perdas, 356, de 560 homens.
Frase icônica
Na época os soldados dispunham de lanças, espadas e armas de fogo, que atiravam apenas uma vez e precisavam ser recarregadas a cada novo ataque. Nesta batalha, Netto, na época com 33 anos, teria dito uma frase que ficou marcada como símbolo do seu destemor diante do combate armado: “Camaradas, não quero ouvir mais nenhum tiro”. Ao pedir que se silenciasse os revólveres, ele indicava que a luta fosse corpo a corpo.
Vida e morte
Netto nasceu em 25 de maio de 1803, na estância paterna, em Capão Seco, no distrito de Povo Novo, em Rio Grande. Morreu na Argentina devido a ferimentos a bala, durante a Guerra do Paraguai, em 1866.
Fontes: site Academia de História Militar Terrestre do Brasil; wikipedia.org
Há 50 anos
Piratini realiza a segunda Festa da Tradição

Chama crioula saiu do Museu Histórico do município (Foto: Ana Cláudia Dias)
Em 11 de setembro de 1975 teve início a 2º Festa da Tradição em Piratini. O evento cultural envolvia a comunidade local, no preparo de diferentes ações que atraíam visitantes da Zona Sul do Estado.
A prefeitura foi o local de início do evento, com a cerimônia de recepção aos visitantes. O evento foi seguido da inauguração do restaurante da Sociedade Recreativa Piratiniense. A festividade se prolongou até o dia 20.
Ainda no primeiro dia, o município sediou uma reunião da Comissão Intersetorial de Turismo da Zona Sul. À noite foi acendida a chama crioula na lareira do Museu do município, onde foi sediado o Ministério da Guerra da República Riograndense. Logo após, a centelha foi conduzida ao C.T.G. 20 de Setembro.
O evento contou ainda com a abertura da exposição de artefatos farroupilhas, cedidos pelo Museu Júlio de Castilhos, para a Festa da Tradição.
Fonte: Acervo da Bibliotheca Pública Pelotense