Há 95 anos
Foi em 8 de setembro de 1930, às 16h, que ocorreu a cerimônia que consagrou a pelotense Yolanda Pereira como Miss Universo. O concurso ocorreu no Rio de Janeiro, mais especificamente, no então, Copacabana Palace Hotel.
Na véspera, dia 7, a pelotense e as demais candidatas participaram de um desfile pelas ruas do Rio de Janeiro. A saída foi da praça Mauá, às 15h, e a chegada no luxuoso hotel. Para este trajeto as misses desfilaram obedecendo a ordem alfabética dos países representados. Para o percurso de aproximadamente 20 quilômetros, as jovens foram posicionadas nas capotas dos veículos para que ficassem perfeitamente visíveis.
Retoque na maquiagem
Prefeito do Rio, Antônio Prado, ofereceu uma jóia à pelotense (Foto: Reprodução)
Com a multidão aglomerada nas calçadas e os veículos que acompanhavam o cortejo, os organizadores perderam o controle do tempo e, após uma hora, perceberam que as candidatas chegariam à noite no hotel, o que não estava previsto. Sem contar que a iluminação no trecho da Glória era insuficiente. Diante desses fatos, os motoristas foram orientados a acelerar a marcha. O que deixou muitos indignados, porque só puderam ver as candidatas rapidamente.
A partir do Leme até o Copacabana Palace, na avenida Atlântica, o cortejo voltou a ficar lento. O que resultou na chegada das misses à noite, por volta das 19h.
Rapidamente, elas tiveram de refazer maquiagem e cabelo, prejudicados pelo longo desfile a céu aberto. Em frente ao Copacabana, as jovens desfilaram por um tablado para apreciação do júri.
Resultado questionado
O resultado só saiu às 2h da madrugada, quando os jurados deliberaram a vitória da pelotense Yolanda Pereira, com 96 pontos. Também foram distinguidas as misses: Portugal, Fernanda Gonçalves, em primeiro lugar; Grécia, Alice Diplarakou, dividindo o segundo lugar, e Estados Unidos, Beatrice Lee, em terceiro.
O desfecho desagradou a alguns que questionaram a organização do Concurso Internacional de Beleza, que se limitou a divulgar a ata com a pontuação de cada uma das candidatas. A faixa de Miss Universo foi entregue a Yolanda no dia seguinte, em uma cerimônia no salão de recepções do Conselho Municipal.
Fonte: Hemeroteca virtual – Biblioteca Nacional
Há 100 anos
Morte do empresário Caetano Gotuzzo comove sociedade pelotense em 1925
A morte do empresário italiano Caetano Gotuzzo, proprietário do hotel Aliança, e pai do pintor Leopoldo Gotuzzo, comoveu a comunidade pelotense, em setembro de 1925. O triste acontecimento ocorreu no dia 7, às 11h30min, conforme noticiou a imprensa local.
Por volta das 10h, do dia seguinte, o cortejo fúnebre, que contou com autoridades locais, entre elas, o intendente (prefeito) Augusto Simões Lopes, familiares e representantes da diretoria do Asilo São Benedito, associação da qual era sócio benemérito, deixou a casa mortuária. A missa de corpo presente foi realizada pelo reverendo Eurico de Magalhães. O corpo foi levado a um jazigo perpétuo da família, construído na catacumba de número 53.
Caetano Gotuzzo, que chegou a Pelotas com 15 anos, foi casado com Leopoldina Netto Gotuzzo. O casal teve os filhos Humberto, Caetano, Leopoldo, Haroldo, Dora e Zaira.
Hotel de família
O Aliança ficava na rua 15 de Novembro (Foto: Reprodução)
De acordo com artigo das pesquisadoras Dalila Müller e Dalila Rosa Hallal, a família de Caetano Gotuzzo chegou a Pelotas e comprou o Hotel Aliança, aberto na década de 1840. A aquisição foi feita em sociedade com Santiago Prati, no início da década de 1850.
Prati e os Gotuzzo mantinham uma ligação familiar, porque a mulher de Santiago Prati, Thereza Gotuzzo Prati, era prima de Caetano. A sociedade inicial foi com Thomaz Gotuzzo, pai de Caetano. “Após o falecimento de Thomaz, em 1874, Caetano assume a sociedade com Santiago Prati e, após o falecimento do sócio, em 1899, Caetano dirige sozinho o hotel até sua morte em 1925.
A família Gotuzzo permaneceu à frente do Hotel Aliança desde 1853 até 1927, porém o hotel ficou em atividade até o ano de 1968. O Hotel estava localizado na rua 15 de Novembro, entre Voluntários da Pátria e General Neto, onde hoje está a Galeria Zabaleta.
Fontes: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Família Gotuzzo: imigrantes empreendedores da hotelaria em Pelotas/RS, de Dalila Müller e Dalila Rosa Hallal
