O que faremos?

Editorial

O que faremos?

O que faremos?
A última cheia do rio Piratini ocorreu em setembro de 2023. (Foto: Divulgação)

São seis cidades da região com decretos de emergência vigentes diante dos temporais registrados entre o fim de agosto e o início de setembro na região. Milhões em prejuízo, entre pontes destruídas, estradas arrasadas, lavouras prejudicadas e, em alguns casos, casas alagadas. É uma situação que se repete a cada semestre, talvez até a cada trimestre na região. Chuvas irregulares, por um lado nos atacam com cheias, por outro nos deixam na mão com estiagens. E então, o que faremos?

Uma nova consciência ambiental é a base da mudança da nossa sociedade. A Zona Sul do Estado precisa despontar, em seu desenvolvimento, como um local ambientalmente seguro. Depois do que aconteceu em maio do ano passado, ninguém vai apostar em locais com grandes chances de destruição em uma nova enchente. O Vale do Taquari e a região Metropolitana já se organizam para realizar mudanças. Nós ainda debatemos como resolver estragos e muito pouco sobre como prevenir novos.

Claro, alguns movimentos positivos começam a se destacar. Hoje mesmo Pedro Osório e Cerrito, em parceria com a UFPel, vão apresentar o projeto de monitoramento do Rio Piratini. É o uso da ciência a favor da prevenção. Um movimento que deve inspirar e nortear outros. Pelotas aguarda para esse mês os recursos para o dique do Laranjal e debate mudanças nas permissões de construção. Ainda assim, sabe que se maio de 2024 se repetir, tudo se repetirá. Um ano e meio depois da enchente, quase nada de prático foi feito. Rio Grande, São Lourenço do Sul, São José do Norte idem.

A nossa geração, e os atuais gestores em especial, têm em suas mãos uma responsabilidade homérica de virar o jogo. Estamos perdendo de goleada, embora a Zona Sul tenha tido a sorte de não registar óbitos nas últimas tragédias. Mesmo assim, a cada dia que passa sem movimentos sólidos, mais brincamos com a sorte. E tudo passa também pela próxima geração. Precisamos dessa nova consciência ambiental nas escolas, nas ruas, como parte do debate público.

O tema que até pouco tempo atrás era visto como encheção de saco dos “ecochatos” hoje é o principal fator do desenvolvimento. Uma região segura será uma região também atraente para investimentos. Virar a chave ambiental é dar um grande passo econômico. As coisas precisam estar alinhadas.

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