A ginástica artística do Colégio Gonzaga é muito mais do que um esporte. Com quase 50 anos de história, consolidou-se como uma das tradições mais marcantes da instituição, formando atletas, professores e cidadãos. Hoje, a modalidade, que reúne mais de 120 alunos, segue unindo gerações e reforçando valores que ultrapassam o espaço das quadras.
A coordenadora da equipe de ginástica, Nicole Schmitt, lembra que o esporte já fazia parte do cotidiano do colégio muito antes de sua chegada, em 2003. “A ginástica aqui no Gonzaga é mais antiga que eu. Já existia uma tradição consolidada, com professores pioneiros e uma estrutura que incluía sala própria e equipamentos.”
Segundo Nicole, desde os primeiros anos à frente das atividades complementares existe a permanente busca pelo fortalecimento do trabalho realizado, com foco na ampliação de turmas e no ajuste das propostas pedagógicas de acordo com cada faixa etária e nível de habilidade.
A ginástica artística do Gonzaga atende desde crianças da Educação Infantil, a partir dos quatro anos, até adolescentes em fase competitiva. Para a coordenadora, o grande diferencial está no olhar pedagógico. “A ginástica é um esporte completo. Trabalha coordenação, equilíbrio, força, mas também ensina disciplina, resiliência e autoconfiança”, diz. Nicole reforça que os alunos aprendem a lidar com vitórias, derrotas e desafios, refletindo esse aprendizado na vida escolar e pessoal.
De ex-atleta a docente
Entre as histórias que simbolizam essa trajetória está a da professora de Educação Física Rafaela Cestito. Ex-atleta da equipe, ela iniciou na ginástica aos sete anos e, mais tarde, encontrou no Gonzaga o espaço que definiu sua vida. “Foi através da ginástica que decidi ser professora e treinadora. O colégio não foi só um lugar de estudo, foi onde trilhei meu caminho de vida. Minhas melhores memórias estão aqui”, recorda.
Com uma carreira marcada por competições e conquistas – incluindo o título nacional em 2013, considerado o auge de sua trajetória como atleta –, Rafaela hoje se dedica a transmitir essa experiência às novas gerações.
Para ela, o esporte é uma ferramenta de formação integral. “As crianças são desafiadas diariamente, aprendem a lidar com frustrações e vitórias e encontram no grupo um ambiente de acolhimento. Para mim, a ginástica é uma grande família.”
Derrotas e vitórias que ensinam
Na avaliação de Rafaela, um dos ensinamentos mais importantes que a prática esportiva deixa aos alunos é o entendimento de que perder faz parte, mas não impede de persistir. “Primeiro, aprendemos quando perdemos, e perdemos muito. Perder ensina. E depois, com o tempo, trabalhando mais, sem desistir, começam a chegar as vitórias.”
As crianças são desafiadas diariamente na prática esportiva, por isso o suporte dos professores e familiares é essencial. “São questões que envolvem o psicológico e os valores. Conseguimos ajudar nesse processo e até apontar alguns caminhos”, explica.
Passos que prosseguem
Essa herança agora se estende à filha de Rafaela, Helena, de cinco anos, aluna do colégio e iniciante na ginástica artística. “Nunca tive dúvidas de que queria que a Helena estudasse no Gonzaga. Aqui, além da qualidade do ensino, ela encontra os mesmos valores que me formaram. E ver que ela escolheu a ginástica, assim como eu, é emocionante. Hoje acompanho como mãe, dando suporte, mas deixando que ela siga seu próprio caminho”, conta.
Tendo como aparelho preferido a trave de equilíbrio, Helena tem orgulho de seguir os passos da mãe. “Na trave, eu consigo fazer tudo o que eu gosto”, diz. Desde os três anos, a estudante é treinada pela equipe do Gonzaga. Além da trave, ela também gosta do momento do aquecimento.

A pequena atleta irá competir pela primeira vez neste ano. (Foto: Rita Wicth)
Prestes a completar seis anos, 2025 marcará sua primeira competição de ginástica, revela Rafaela. Apesar da rotina exigente dos treinos, Helena encontra tempo para brincar com as colegas. “Gostamos de fingir que a mesa é um grande paraquedas e também de ir para a barra”, conta.
A pequena atleta ainda se dedica com entusiasmo às demais atividades escolares, como desenhos e brincadeiras em sala de aula. “Gosto muito da minha professora Lidi. Das professoras da ginástica, a que mais gosto é a minha mãe.”
Inspirada pela dedicação da mãe nos treinos, Helena sonha em conquistar tantas medalhas quanto Rafaela.