A prefeitura de Piratini decretou situação de emergência por conta dos estragos causados pelas fortes chuvas registradas entre terça (2) e quarta-feira (3). O acumulado ultrapassa 200 milímetros e, no levantamento realizado pela Defesa Civil Municipal, mais de R$ 800 mil serão necessários para reconstruir os pontos afetados, principalmente na zona rural.
Ao todo, são 22 pontes — a maioria de madeira — submersas pela elevação do nível de arroios, além de sete pontilhões e bueiros completamente destruídos pela força da correnteza. Distritos encontram-se isolados, somando-se às péssimas condições de trafegabilidade nos mais de sete quilômetros de estradas de chão afetadas pelas chuvas e também pelo trânsito intenso de veículos de grande porte.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Piratini, Glaiton Avila, as aulas nas escolas da zona rural foram suspensas, assim como os atendimentos de saúde nas localidades afetadas. “Precisamos da aquisição de madeira, de óleo diesel para maquinário e da compra de tubos de concreto para reconstruir tudo”, afirma.
Não houve perdas humanas nem residências afetadas diretamente por alagamentos, segundo a Defesa Civil. Agora, com a emissão do decreto, que tem vigência de 180 dias, a Prefeitura aguarda o reconhecimento estadual e federal para acessar os recursos.
Estradas afetadas
O coordenador da Defesa Civil de Piratini reforça que o escoamento da produção leiteira e de madeira do município está amplamente impactado pelas condições das estradas e pelos bloqueios causados pela queda de estruturas. Além disso, tombamentos de veículos de grande porte e outros problemas de tráfego estão sendo registrados nas vias do interior por conta do desvio de rota com as obras na BR-293.
A ponte sobre o Rio Piratinizinho, que causa estreitamento de pista e tem o trânsito limitado no local, passa por obras e avaliações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Segundo informado ao A Hora do Sul, o prazo para a finalização das intervenções é por volta do dia 22 de setembro.
O Dnit recomenda que, para os veículos de carga, a rota alternativa por rodovia pavimentada para chegar a Bagé seja a utilização da BR-392 até Caçapava do Sul e, por conseguinte, da BR-153, sem acessar as vias do interior de Piratini.