A ocorrência de fortes ventos causou estragos em uma faixa de 2,5 quilômetros da BR-471, na localidade de Botafogo, em Santa Vitória do Palmar, por volta das 10h da manhã desta quarta-feira (3). A origem do fenômeno climático ainda é desconhecida, mas as Defesas Civis Regional e Municipal trabalham com as hipóteses de tornado ou microexplosão atmosférica. Ninguém ficou ferido.
Foram registrados danos em vegetação, na fiação elétrica, em uma residência desabitada e em um veículo, que transitava em direção a Santa Vitória pela BR-471, sendo arremessado para a pista contrária em decorrência dos ventos. O condutor não se feriu.
Motoristas que trafegavam pelo local no momento do ocorrido fizeram diversos vídeos, que demonstram a dimensão dos estragos à beira da estrada. De acordo com o coordenador da Defesa Civil Regional, coronel Márcio Facin, os ventos foram registrados a cerca de 16 km do perímetro urbano de Santa Vitória do Palmar.
Um trecho da rodovia chegou a ficar bloqueado devido à queda de uma árvore de grande porte sobre a pista.
Ainda não se sabe a velocidade máxima que as rajadas de vento atingiram no momento do evento climático, e as autoridades seguem com o levantamento dos estragos.
Falta de energia elétrica
A CEEE Equatorial informou que sete torres de transmissão foram derrubadas com a força dos ventos, o que afetou o abastecimento de energia elétrica para 950 clientes nas proximidades das localidades de Marmeleiro e Salso.
A Eletrobras CGT Eletrosul, subsidiária que realiza a transmissão de energia em pontos de Santa Vitória do Palmar e Chuí, informou em nota que realizou o desligamento da Subestação Santa Vitória do Palmar 2, logo após o registro dos fortes ventos. “Às 10h28min, a subestação foi reenergizada, ficando sob responsabilidade da distribuidora o restabelecimento do suprimento aos consumidores afetados pelo temporal nas cidades de Santa Vitória do Palmar e Chuí, e nas áreas rurais nos arredores”, afirma a nota.
Cerca de 80 profissionais foram mobilizados pela empresa para as atividades de recomposição das torres danificadas.
Tornado e microexplosão
Os dois fenômenos meteorológicos extremos estão associados a nuvens que formam as tempestades e que, no momento do registro, estavam muito presentes na região de Santa Vitória do Palmar e Chuí, principalmente.
Um tornado envolve uma corrente de ar ascendente e em espiral, que se forma a partir da nuvem de tempestade, enquanto a microexplosão é uma corrente de ar descendente e reta que despenca da nuvem em direção ao solo e se espalha na horizontal ao atingi-lo.
Conforme a definição da meteorologista da UFPel, Eliana Klering, normalmente se diferencia um fenômeno do outro pelos estragos que causam. “O tornado deixa sinais de rotação no solo, já a microexplosão parece com a detonação de uma bomba, como, por exemplo, danos mecânicos nas raízes de plantas”, explica.
Monitoramento
Márcio Facin afirma que a Defesa Civil Regional fará um sobrevoo de drone na área atingida pelo evento climático, de forma a verificar a dimensão dos estragos causados e suas características. Esta análise técnica, em conjunto com a atuação da Defesa Civil de Santa Vitória do Palmar, possibilitará a definição do que, de fato, aconteceu nas proximidades da BR-471.
