Infraestrutura, na área de energia elétrica e estradas, por exemplo, senguem sendo entrave para empreendedores na área de hospedagens. Pesquisa realizada pela Fecomércio-RS com 385 estabelecimentos de hotéis e similares do Estado aponta que quase dois terços (65,6%) ainda não se recuperaram totalmente dos problemas causados pelos eventos climáticos.
Em Pelotas, empresários do setor do turismo, especialmente o rural, seguem com dificuldades. “A situação financeira é difícil. O turismo rural sofreu com dois ciclones, enchentes e muita chuva, o que tornou o período do inverno sem muitas possibilidades de abertura, e, por isso, sem rentabilidade”, avalia a proprietária do Parque Stone Land, Nivea Saraiva.
Na avaliação da empreendedora, desafios climáticos, e, da mesma forma, o pouco incentivo da gestão pública e da baixa divulgação das opções turísticas contribuem para agravamento do quadro. Segundo a gestora de Projetos de Turismo do Sebrae/RS, Jussara Argoud, a infraestrutura deficitária segue sendo um dos principais entraves que enfrentam os empresários do ramo.
Cenário estadual
Conforme a sondagem feita pela Fecomércio, a situação financeira dos negócios de hospedagens é considerada boa ou muito boa para 56,6% dos entrevistados, 34,5% avaliam como regular e para 8,9% a situação é ruim (6,8%) ou muito ruim (2,1%).
Sobre os efeitos dos últimos eventos climáticos, 13,5% afirmar ter tido impactos patrimoniais, e 66,2% relataram impactos financeiros. Entre os impactados, quase dois terços (65,6%) ainda não se recuperaram totalmente – 9,2% não se recuperaram, 37,4% parcialmente e 19,1% quase totalmente.
Os principais impactos remanescentes para esses negócios são a redução do faturamento (79,1%), a perda de clientes (63,4%), e o prejuízo financeiro (40,7%).
Alternativas para redução de público
Devido à sazonalidade do parque localizado na zona rural, Nivea abriu recentemente uma filial do parque na praia do Laranjal. A intenção é que o novo espaço dê suporte para a sede. “Queremos aproveitar o período de novembro a março que o pessoal procura a praia em sua grande maioria”, explica.
Da mesma forma do que o resultado encontrado na pesquisa Estadual, em que apenas 27,3% dos entrevistados projetam mais contratações, Nivea também precisou reduzir o quadro funcional. “Hoje trabalhamos com poucos funcionários e terceirizamos toda a alimentação no parque. Entretanto, já chegamos a ter 25 funcionários. Atualmente temos cinco”, relata.
Perspectivas para o futuro
Para os próximos seis meses, em um cenário melhor para a economia gaúcha que para o Brasil, na perspectiva dos entrevistados, mais da metade (58,4%) esperam vendas melhores e 36,6% projetam estabilidade.
Entre os maiores desafios para o próximo período estão a ociosidade em baixa temporada; sazonalidade da ocupação; alta rotatividade de funcionários; gestão financeira; planejamento estratégico e organização da empresa e tecnologia defasada.
Na área externa, os desafios apontados pelos entrevistados que podem dificultar o crescimento do setor constam carga tributária para 51,7%; aumento de custos, 29,4%; falta de atratividade na localidade 19%; e concorrência no setor 17,1%.
A pesquisa contou com a participação de 385 estabelecimentos de hotéis e similares entrevistados entre os dias 5 de junho e 23 de junho de 2025, por telefone, em todo o estado do Rio Grande do Sul.