Indústria do pêssego de Pelotas participa de conferência mundial na China

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Indústria do pêssego de Pelotas participa de conferência mundial na China

Representantes da cidade participam da Cancon para promover a qualidade do produto brasileiro

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Indústria do pêssego de Pelotas participa de conferência mundial na China
Missão em Pequim foi encerrada nesta quarta-feira (3). (Foto: Divulgação)

Representando a tradição da cadeia produtiva do pêssego em calda no Brasil, principalmente na Zona Sul, empresários de Pelotas participaram, nesta semana, da Conferência Mundial de Frutas Processadas de Caroço (Cancon), realizada na China. O encontro reúne representantes de diversos países produtores, como Grécia, Estados Unidos, Chile, Argentina, Tailândia e Indonésia, e tem como foco principal o pêssego em calda.

Entre os participantes brasileiros estão Paulo Crochemore, presidente do Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel), Luiz Fernando Citral, da Citral, e Carlos Oderich, além da empresa Golden Pit. A comitiva busca trocar experiências, ampliar mercados e posicionar Pelotas no roteiro internacional dos grandes produtores da fruta.

“É um orgulho estar representando a nossa cidade, nosso estado e, consequentemente, o país. Apesar de o Brasil ser um dos menores produtores de pêssego em calda do mundo, nós estamos dentro de um contexto mundial. O que fazemos em Pelotas é o que se faz em outros países, e precisamos acreditar mais nisso. Nosso desafio agora é avançar em qualidade, volume e, principalmente, em marketing”, destaca Crochemore.

Segundo ele, mesmo sendo o único polo de produção de compotas do Brasil, o setor ainda carece de valorização. “Comparando, estamos próximos da África do Sul em volume e área plantada. Temos um trabalho muito bonito, mas pouco divulgado. Essa é a oportunidade de mostrar ao mundo o que é feito em Pelotas”, completa.

Aprendizados com o mercado chinês

A China é hoje a maior referência mundial no setor, com cerca de 500 empresas produtoras de pêssego, das quais entre cinco e dez concentram o grande volume de exportações. Enquanto em Pelotas o processamento ocorre em dois meses, no país asiático a produção é distribuída ao longo de todo o ano, atingindo uma média de 800 milhões a um bilhão de unidades entre latas e potes.

“Viemos entender como eles conseguem produzir tanto e abastecer o mundo dessa forma. Esperávamos encontrar muita automação, mas vimos que ainda há bastante trabalho artesanal, principalmente nas pequenas empresas locais. O que muda é a amplitude do mercado, que sustenta esses volumes”, explicou Carlos Oderich.

No Brasil, Pelotas reúne atualmente dez indústrias do setor, com produção anual em torno de 40 milhões de latas, embora a capacidade instalada permita chegar a 60 milhões. “No passado, já tivemos 56 empresas atuando aqui. Hoje buscamos modernizar e expandir nossa atuação para manter a competitividade”, disse Oderich.

Qualidade do pêssego brasileiro

Embora o volume seja menor, os representantes destacam a qualidade do pêssego brasileiro em comparação com os de outros países. Luiz Fernando Citral ressalta que, apesar de pequenas diferenças de textura e variedades cultivadas, o sabor é um diferencial. “O pêssego da nossa região tem mais açúcar e é mais saboroso. Não perdemos em qualidade para nenhum país”, afirmou.

Perspectivas

A avaliação é de que a participação brasileira na Cancon mostra a importância da integração internacional para o fortalecimento da cadeia do pêssego. Além de novos conhecimentos técnicos, os representantes de Pelotas buscam posicionar a cidade como referência global.

“Acreditamos que esse é um passo importante para dar visibilidade ao setor, atrair negócios e valorizar um produto que é nosso, que é de Pelotas, mas que merece maior reconhecimento em todo o país”, conclui Crochemore.

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