Furto de cabos e desgaste agravam falhas em sinaleiras de Pelotas

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Furto de cabos e desgaste agravam falhas em sinaleiras de Pelotas

Cidade registrou falhas em cruzamentos durante três dias consecutivos; secretaria aponta prejuízos e promete renovação gradual da rede

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Furto de cabos e desgaste agravam falhas em sinaleiras de Pelotas
Sinaleiras da Bento Gonçalves apresentaram problemas nesta semana. (Foto: João Pedro Goulart)

Pelotas enfrenta uma sequência de falhas em sinaleiras desde o início da semana, causadas tanto por furtos de cabos quanto por problemas estruturais agravados pela chuva. Em três dias consecutivos, diferentes cruzamentos ficaram fora de operação, afetando a rotina de motoristas e pedestres. Diante desse cenário, a Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) tem atuado na troca e manutenção dos equipamentos.

Na segunda-feira (1°), o cruzamento da rua Almirante Barroso com General Neto e Voluntários da Pátria ficou sem operação por conta do furto de cabos – situação que se repetiu no dia seguinte, no mesmo local. Ainda na segunda, um caminhão rompeu fiações no cruzamento da General Osório com Marechal Floriano. Já na quarta-feira, o problema ocorreu na avenida Bento Gonçalves, entre Félix da Cunha e Gonçalves Chaves, desta vez provocado pela chuva.

Segundo o secretário de Transporte e Trânsito, Cláudio Montanelli, os furtos de cabos são a principal causa de falhas no sistema, principalmente nos últimos dois anos. Apenas na ocorrência mais recente, na Barroso, foram levados 320 metros de fios. Além disso, a cada furto, o conserto leva praticamente uma manhã inteira. “Para se ter uma ideia, só naquele ponto da Barroso já foi a sétima e a oitava vez que furtaram cabos”, relata.

Somado ao impacto direto no trânsito, o crime também atrasa a modernização da rede na cidade. A ideia, diz Montanelli, é substituir gradualmente os equipamentos mais antigos, que invariavelmente apresentam problemas devido ao desgaste natural. Mas os recursos e o tempo que serviriam para a renovação são utilizados para repor o que se perde. “Isso atrapalha o cronograma e aumenta os custos”, explica o secretário.

Redes antigas

O responsável técnico pelas sinaleiras, André Monteiro, que atua há 11 anos no setor de trânsito e semáforos, reforça que parte dos problemas também está ligada ao desgaste natural dos cabos e controladores. “Na Bento Gonçalves, por exemplo, nestes cruzamentos com a Félix e a Gonçalves, os fios são velhos e precisam ser trocados”, enfatiza.

Até o momento, foram realizadas substituições em outros cruzamentos que registravam falhas recorrentes, como na avenida Bento Gonçalves, no trecho entre as ruas Marcílio Dias e Doutor Araújo, e também na Praça 20 de Setembro, nas proximidades do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). Nestes pontos, os problemas se repetiam com frequência, e em agosto ainda apresentavam defeitos.

Equipe enxuta e desafio constante

A STT conta atualmente com 120 cruzamentos semaforizados em Pelotas. Montanelli destaca que, para dar conta da manutenção, os servidores se revezam no trabalho. “Quando a falha acontece à noite ou em dia de chuva forte, muitas vezes não é possível mexer na rede por questões de segurança. Nesses casos, a solução é sinalizar o local e aguardar as condições melhorarem”, argumenta.

A rotina de manutenção é feita por uma equipe pequena, mas essencial, formada por André Monteiro, Francisco Cruz, Francisco Galo e Eduardo Bastos. São eles que sobem nos postes para restabelecer o funcionamento das sinaleiras.

O secretário reafirma que a intenção é avançar na substituição gradual dos equipamentos mais obsoletos, reduzindo essa vulnerabilidade às intempéries. Porém, enquanto isso, o esforço tem sido no sentido de restabelecer o funcionamento o mais rápido possível, além de criar novas estratégias para mitigar os crimes de furto. “O desafio é constante”, conclui.

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