A etapa municipal da 13ª Conferência Nacional de Direitos Humanos (13ª ConDH) de Rio Grande acontece nesta quinta-feira (4),
no Salão Nobre Deputado Carlos Santos, na prefeitura. Esta será a primeira edição da Conferência após a inclusão dos Direitos Humanos na pasta da Secretaria Municipal de Assistência Social.
Segundo a secretária Dianelisa Peres, o evento servirá para apresentar e desmistificar os conceitos ligados aos direitos humanos. “Eles perpassam todas as pautas dos direitos fundamentais, como saúde, educação, assistência e nutrição”, exemplifica.
A programação conta com debates temáticos, rodas de conversa e palestras. Também serão definidas as principais propostas locais e os delegados que representarão o município na etapa estadual. As inscrições para o evento podem ser feitas presencialmente no momento da reunião.
Violação de direitos
De acordo com Dianelisa, a união da Assistência Social com os Direitos Humanos é fundamental para o melhor atendimento das violações sofridas pelas populações em vulnerabilidade social. Ela menciona o aumento dessas ocorrências, principalmente envolvendo crianças, adolescentes e idosos, e cita os painéis específicos que tratarão dessas temáticas na Conferência.
Um deles será conduzido por Carolina Larrosa, coordenadora do Programa Envelhecer, que fez um diagnóstico da população idosa em Rio Grande. Atualmente, os idosos correspondem a 13,83% da população do município. “Encontramos idosos muito novos dentro de instituições de longa permanência, que poderiam estar na rua e não precisam de nenhum suporte para viver sozinhos, mas estão lá por outras questões, que precisam ser tratadas com os familiares”, explica Dianelisa.
Trabalhar as singularidades
Para a secretária, a chave para tratar as questões é trabalhar a singularidade. Ela afirma que é necessário ter ciência da vulnerabilidade de determinados grupos da sociedade, como a população negra. “A violação de direitos tem um rosto, um gênero e uma etnia”, completa.
Para isso, a secretaria conta com as coordenadorias da Pessoa Idosa, da Mulher, da Juventude, LGBT e da Igualdade Racial, Quilombola e Indígena. “Precisamos diagnosticar. Só fazemos política pública quando entendemos e conhecemos o público”, declara.
Debate sobre masculinidades
Rio Grande participará do projeto-piloto do governo do Estado em parceria com o Instituto Promundo e a Fundação Chanel, que busca tratar das masculinidades e promover a escuta de homens para construir uma sociedade mais saudável e segura. Conforme Dianelisa, o projeto trabalha a prevenção da violência doméstica e do feminicídio. “Não tem outra alternativa, precisamos falar com os homens. Os homens precisam entender esse sistema que nos faz vivenciar o que estamos vendo hoje”, explica a secretária.