Tradicional prato regional, mas, que atualmente não é encontrado tão facilmente, a bochecha de trairá poderá ser comercializada, em breve, em novos locais de Pelotas. Produzido pela Cooperativa de Pescadores de Santa Isabel do Sul, a Coopesi, de Arroio Grande, o produto é elaborada a partir de um corte específico na traíra e já fez muito sucesso na Expointer.
De acordo com o técnico regional da Emater-Ascar Escritório Regional, Renato Cougo dos Santos, o órgão tem feito a aproximação da cooperativa com alguns estabelecimentos comerciais de Pelotas com o objetivo de criar novos pontos de venda. “É uma iguaria, um produto diferenciado, feito a partir do saber das pescadoras artesanais”, conta.
A cooperativa está em negociação com bancas do Mercado Central de Pelotas, assim como, possivelmente, deverá retornar à Expointer em 2026. “No ano passado a enchente trouxe prejuízo para a comunidade e por isso não participaram da feira nesse ano. Mas, no ano que vem esperamos que eles estejam presentes novamente no evento”, explica.
Conforme relembrou Cougo, em entrevista ao programa da Rádio Pelotense Debate Regional nesta segunda-feira, o trabalho da Coopesi começou em 2001 a partir do engajamento da comunidade. Em diversas edições, o prato obteve destaque na Expointer como iguaria exótica do Pavilhão da Agricultura Familiar.
A bochecha de traíra é feita a partir de medalhões de carne retirados da região das bochechas da traíra, um peixe carnívoro que vive em água doce. O corte é apreciado por ser uma alternativa sem espinhas à carne do peixe, que é conhecida por ser saborosa, mas com muitos espinhos.
Conforme a presidente da Coopesi, Alice Machado, o corte de peixe costuma ser preparado frito como aperitivo, com strogonoff, à milanesa e ensopado como pratos principais. Atualmente, o produto pode ser encontrado na Feirinha da Agricultura Familiar, realizada na Praça dos Camelos, em Arroio Grande, todas as quartas-feiras.