E os pedágios?

Editorial

E os pedágios?

E os pedágios?
(Foto: Jô Folha)

É justíssima a mobilização dos prefeitos da região pela manutenção da concessão do Polo Rodoviário de Pelotas. Os temores são óbvios e cada vez mais urgentes. De amanhã, faltam seis meses para o levantamento das cancelas e a parece já certo que a Ecovias Sul não terá o contrato renovado temporariamente. Seja a favor ou contra disso, o fato é que a partir de 3 de março de 2026 a região estará com cobertura debilitada nas rodovias e isso é um problema coletivo que pouco ou nada está sendo debatido por quem tem o poder de decisão.

O grande temor é com a segurança viária neste momento. Mesmo com o fatiamento do Dnit para a administração básica de infraestrutura, o atendimento de acidentes ficará a cargo dos municípios, que já têm hoje dificuldades enormes para lidar com as atuais responsabilidades. Em cidades com poucas ambulâncias, como será feita a divisão de responsabilidades? Além disso, há perda de empregos e de milhões em arrecadação por parte dos municípios.

O principal problema, no entanto, é a completa enrolação do governo federal. Faltam seis meses e um dia. Até agora, não se sabe absolutamente nada do próximo contrato. Não há detalhes divulgados, não há discussões com a comunidade, se acena com formatos, mas nem isso está claro. Valores, então, nem sequer sonhamos com o que será. E isso tudo é um desrespeito sem tamanho com toda uma região. A impressão é que não somos nada relevantes para a discussão neste momento e estamos a mercê de um canetaço ou decisão monocrática a qualquer momento.

A discussão das minúcias do próximo contrato deveria estar fervilhando pela região. Deveríamos estar brigando sobre o centavo, sobre o freeflow ou praça e discutindo à exaustão cada contrapartida, cada detalhe, cada impacto. Para que em março do ano que vem fosse feita uma troca simples e pronto. Na prática, o governo federal age como se nada estivesse por acontecer. Seguimos debatendo o contrato atual ao invés do próximo e isso é inacreditável – e até imaturo. O tempo passa, o relógio aperta e corremos riscos de arcar com as consequências em mais um contrato mal feito, ou mal pensado e feito às pressas.

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