O calçadão da General Bacelar, em Rio Grande, vem sofrendo com o constante esvaziamento por inúmeros motivos, na avaliação dos lojistas. Principal área de comércio do centro da cidade, nos últimos anos enfrenta o fechamento de lojas e queda na movimentação. Uma das alternativas pensadas pelo poder público e entidades do setor é a revitalização do local, com a perspectiva de voltar a ser atrativo para clientes e lojistas.
No final do ano passado, ainda na gestão de Fábio Branco (MDB), a prefeitura havia anunciado que a obra seria iniciada. No entanto, no começo deste ano, o projeto não conseguiu ter continuidade por entraves envolvendo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Segundo a Corsan, responsável pelos serviços de água e esgoto de Rio Grande, seria necessário refazer a drenagem na área. No entanto, por tratar-se de uma área histórica do município, precisaria da liberação do Iphan para início da intervenção, o que ainda não aconteceu.
Novo projeto
O Gabinete de Programas e Projetos Especiais (GPPE) está refazendo os projetos que envolvem o calçadão, com a perspectiva de apresentá-lo para a comunidade rio-grandina ainda neste mês.
De acordo com a titular do gabinete, Giovana Trindade, ao assumir a pasta, foi constatado que não havia planejamento ou programação para a execução da obra. “O problema encontrado por nós é que a obra iria iniciar sem projeto e sem aprovação junto ao Iphan”, disse.
Com a necessidade de um novo estudo, a obra, que conta com aporte de R$ 4 milhões da Corsan e que tinha perspectivas de ser iniciada em 20 de janeiro deste ano, foi interrompida. Segundo a prefeitura, o Iphan ainda não deu retorno sobre as aprovações necessárias para a retomada dos trabalhos.
Em resposta ao A Hora do Sul, o Instituto afirmou que ainda não recebeu a proposta de intervenção da Corsan para as obras de drenagem pretendidas. “A revitalização do Porto Histórico da cidade de Rio Grande teve autorização para obras em janeiro de 2025, e compreende intervenções na área do antigo porto e das ruas da área central, localizadas no entorno dos bens tombados pela autarquia como a Alfândega, a Capela de São Francisco e a Igreja Matriz de São Pedro”, esclarece em nota.
Qualificações
Estão previstos incrementos em iluminação e mobiliário urbano, além de outros itens que, segundo a prefeitura, deverão incrementar o tradicional ponto de comércio rio-grandino, além de garantir a segurança dos frequentadores e comerciantes. A Corsan ficará responsável pela renovação da parte de esgoto do calçadão.
O superintendente de turismo de Rio Grande, Edward Moraes, destaca o papel fundamental da revitalização para o desenvolvimento econômico de Rio Grande e a movimentação de um local que sempre representou a pujança de negócios. “Temos projetos alinhados junto a Fiergs para que o sistema S ocupe o antigo prédio dos Correios, além de outras iniciativas que irão acontecer e transformar o calçadão em um local de movimento, com estrutura para comércio e visitação turística”, destaca.
Ações do setor lojista
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio Grande e São José do Norte pauta a necessidade de revitalização do calçadão da General Bacelar há anos. Em 2023, foi criado um grupo de trabalho na entidade, envolvendo os comerciantes do local e ruas adjacentes, para fomentar ações que impactassem diretamente neste comércio. Os temas listados como importantes, na ocasião, eram com relação à segurança no espaço, impacto do comércio ilegal, necessidade de campanhas comerciais e incremento em comunicação.
A presidente do CDL Rio Grande/São José do Norte, Letícia Vanzelote, reforça que a preocupação com o andamento da obra é de todo o setor.
Neste mês, a presidente, acompanhada do diretor de eventos da instituição, Marcelo Valente, reuniram-se com a prefeita Darlene Pereira (PT) onde foi garantida a retomada do projeto. No encontro também foi discutida uma data para o início da intervenção e a possibilidade da chefe do executivo rio-grandino participar de um encontro com os lojistas para ouvir suas demandas. “Nossa preocupação é que o início da obra não dificulte mais a movimentação, como se for feita no final do ano. Posteriormente, com a obra terminada, ela vai servir de benefício para todos, não só do comércio local, mas para o desenvolvimento econômico da nossa cidade”, garante Letícia Vanzelote.