O crescimento populacional de Pelotas nos últimos anos pode ser analisado como um reflexo direto de sua posição como cidade-polo na Zona Sul do Rio Grande do Sul, impulsionado principalmente pela força do setor de serviços e, de forma decisiva, pela retomada plena das atividades da UFPel após o período de pandemia. Os dados recentes do IBGE sugerem que essa evolução é positiva, embora o potencial seja ainda maior.
O crescimento de Pelotas se alinha com a tendência de concentração populacional em centros urbanos maiores. A cidade atua como um ímã para pessoas de municípios menores da região, que buscam melhores oportunidades de emprego, acesso a serviços de saúde, educação e maior dinamismo econômico. O fortalecimento do setor de serviços e do agronegócio na região cria um ambiente econômico melhor, atraindo novos moradores em busca de um padrão de vida mais elevado.
Além disso, penso que a recuperação da UFPel após os desafios da pandemia é um fator crucial para entender o crescimento da cidade. Durante o período de aulas remotas, houve uma saída de estudantes, impactando diretamente a economia e a demografia local. No entanto, o retorno total das atividades presenciais e o aumento expressivo no número de inscritos em programas como o Pave indicam que a universidade voltou a ser um polo de atração massiva de jovens de outras cidades. Essa afluência de estudantes, professores e funcionários movimenta o setor imobiliário, o comércio e os serviços, atuando como um catalisador para o crescimento populacional que se reflete nos números do IBGE.
Embora o aumento de 25 mil habitantes em dois anos na Zona Sul do RS seja um sinal muito positivo, com Pelotas sendo a principal beneficiada, é importante notar que esse crescimento poderia ser ainda mais expressivo. A cidade ainda enfrenta desafios como a necessidade de diversificação econômica para além dos setores tradicionais e a retenção de talentos formados na própria UFPel, que muitas vezes buscam oportunidades em centros maiores, como Porto Alegre ou outras capitais. Portanto, o crescimento é um indicador de vitalidade, mas também aponta para a oportunidade de políticas públicas e iniciativas que fortaleçam ainda mais o potencial de Pelotas como um grande centro de desenvolvimento para o sul do Estado.
Pegou mal
A investigação do Ministério Público de Contas sobre a quadra de beach tennis no Palácio das Hortênsias é uma dor de cabeça para o governo estadual. Mesmo que a obra tenha custado pouco e as informações tenham sido divulgadas, a história pega mal. Para a maioria das pessoas, gastar dinheiro em algo assim, na casa do governador, parece um luxo desnecessário, especialmente quando o Estado enfrenta tantos problemas. O fato de um deputado ter denunciado o caso e o MPC ter aberto uma investigação mostra que a situação não é vista com bons olhos. Leite vai precisar se explicar, e isso desgasta a sua imagem, fazendo com que a população questione se o dinheiro público está sendo usado da forma mais correta.
Em Brasília
O vereador Marcelo Bagé (PL) cumpriu agenda em Brasília com o coordenador-geral de relações parlamentares da ANTT, Emmanuel Valverde. A pauta foi o fim do contrato da Ecovias com o polo rodoviário de Pelotas e região. Bagé entregou um ofício para Valverde se manifestando contrário ao prolongamento temporário do contrato e ouviu da ANTT que este não deve ser o desfecho após março de 2026.
FIQUE ATENTO
A partir de setembro, haverá separação da cobrança da taxa de lixo da conta de água em Pelotas. Considero uma decisão acertada, que devolve a autonomia financeira aos cidadãos. Ao desvincular o pagamento desses dois serviços essenciais, a prefeitura reconhece o direito do morador de administrar suas despesas de forma independente, sem ser obrigado a quitar ambas as contas de uma só vez. Essa mudança, embora tenha sido construída com intervenção do Ministério Público e idas e vindas na justiça, é um avanço na gestão pública, priorizando a liberdade do consumidor e o direito dele de gerenciar suas finanças da forma que melhor lhe convier.
