Projeto de Lei aumenta pena para crime de maus tratos aos animais

Entrevista

Projeto de Lei aumenta pena para crime de maus tratos aos animais

Patrulha de combate ao crime em Pelotas realizou três prisões em flagrante nos últimos dois meses

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Atualizado quarta-feira,
27 de Agosto de 2025 às 14:15

Projeto de Lei aumenta pena para crime de maus tratos aos animais
Em Pelotas, a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) tem realizado operações contra o crime e já registrou três prisões em flagrante nos últimos dois meses. (Foto: Michel Corvello)

A Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou na terça-feira o Projeto de Lei (PL) 519/2021 que aumenta a pena para o crime de maus-tratos aos animais. A matéria prevê a igualdade na punição nos delitos contra gatos, cães e demais animais, sejam nativos ou exóticos. Em Pelotas, a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) tem realizado operações contra o crime e já registrou três prisões em flagrante nos últimos dois meses.

Atualmente, a Lei de Crimes ambientais determina condenação inafiançável de quem abusar, maltratar, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, sejam eles nativos ou exóticos. Para casos de cães e gatos, a pena é de dois a cinco anos, já para outros animais, a pena varia de três meses a um ano, além de multa. Nos dois casos, a pena pode aumentar de um sexto a um terço se o animal em questão morrer.

Mudanças

O PL fixa a mesma punição para maus tratos a qualquer animal. Pelo parecer, a pena será de dois a cinco anos e multa, além de proibir o condenado de ter a guarda. A mesma penalidade deve ser aplicada a quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animais vivos. No entanto, o projeto não incluiu animais de abate. Para o secretário da SQA de Pelotas, Márcio Souza, isso está ligado a resistência do agronegócio brasileiro.

Agora, o texto segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Cenário em Pelotas

A fim de frear os casos de maus-tratos aos animais em Pelotas, a SQA está realizando operações semanais em conjunto com as Polícias Ambiental (Patram) e Civil. A patrulha visa averiguar denúncias e realizar ações de constatação de fiscalização dos órgãos. Desde o início da operação, nos últimos dois meses, foram realizadas três prisões e conduções em flagrante.

De acordo com o titular da pasta, a maior parte dos casos está vinculado a pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social e, por consequência, seus animais de estimação também. Ele cita os casos de cavalos que realizam o trabalho de carga. “Muitas vezes, é mais por essa vulnerabilidade social do que por ignorância ou maldade humana”, explica Souza.

Uso de animais para transporte de materiais

Outra ação vinculada a causa animal é a Lei Municipal nº 7.439/2025, sancionada em julho, que proíbe o uso de veículos de tração animal, como charretes, para o transporte de materiais da construção civil em Pelotas. A Lei entrará em vigor 60 dias após sua publicação, no dia 6 de setembro.

O secretário afirma que o município está organizando a lei de forma integrada, entre a SQA e a Secretaria de Trânsito. Segundo Souza, a medida ainda pode sofrer regulamentações. “Estamos tratando da possibilidade de credenciar todas as carroças da cidade com um emplacamento objetivo, para que possamos identificar infratores e sobrecarga de animais”, revela.

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