A Polícia Federal (PF) afirmou que precisa manter agentes dentro da residência de Jair Bolsonaro para garantir o monitoramento do ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto. A manifestação foi enviada nesta terça-feira (26) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Risco de falha no monitoramento eletrônico
Segundo a PF, a tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro depende de conexão com a internet para transmitir informações. Em caso de queda de sinal, haveria tempo suficiente para uma possível fuga, o que não seria contido apenas por equipes posicionadas fora da residência.
Na tarde desta terça, Moraes determinou reforço policial no monitoramento integral da casa de Bolsonaro, com a atuação da Polícia Penal do Distrito Federal.
Monitoramento sem exposição
A decisão estabelece que a vigilância deve ser feita de forma discreta, sem exposição midiática ou incômodos à vizinhança.
“O monitoramento deverá evitar qualquer exposição indevida, abstendo-se de medidas intrusivas na esfera domiciliar do réu ou perturbadoras da vizinhança”, escreveu Moraes, deixando a critério da Polícia Penal o uso de uniformes e armamentos.
Os advogados de Bolsonaro também serão intimados da decisão.
Trama golpista e julgamento
Bolsonaro é um dos oito réus do chamado “núcleo crucial” da trama golpista, acusado de crimes como organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O julgamento está marcado para começar em 2 de setembro, na Primeira Turma do STF, composta por Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cármen Lúcia.