Em Pelotas, 7.596 pessoas ainda não sabem ler nem escrever. O dado, que representa 2,8% da população do município, reforça a necessidade de fortalecer a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A secretária de Educação, Nailê Pinto, e a assessora pedagógica da modalidade, Tais Ângelo Louzada, falaram sobre os desafios e avanços do programa em entrevista ao Papo da Hora, da Rádio Pelotense, na última sexta-feira (22).
De acordo com Nailê, a etapa da EJA voltada especificamente à alfabetização foi eliminada em gestões anteriores e a atual administração analisa formas de retomá-la. “Há uma regra nacional que recomenda acionar essa etapa a partir de 4% da população analfabeta, mas entendemos que esse índice já é alto. Queremos resgatar esse trabalho como compromisso com a cidadania”, afirma a secretária.
Hoje, a EJA atende em 20 escolas da rede municipal, sendo 17 urbanas e três rurais. No caso do Colégio Municipal Pelotense, são oferecidas turmas de ensino médio e fundamental.
Estudo e mercado de trabalho
Além da escolarização, a EJA em Pelotas tem buscado aproximar os estudantes do mercado de trabalho. Uma parceria com o IFSul (Campus CAVG) garante cursos profissionalizantes em áreas como corte e costura, informática, gerenciamento de alimentos e auxiliar administrativo. “Isso permite que o estudante una a conclusão dos estudos com a preparação para empreender ou disputar vagas no mercado”, destaca Nailê.
O município oferece transporte e alimentação aos alunos, enquanto professores e articuladores recebem bolsas por meio do convênio.
Acolhimento nas escolas
Segundo Tais Louzada, a EJA está aberta a jovens, adultos e idosos. As turmas são organizadas por etapas semestrais, o que ajuda a acelerar o percurso escolar. “Nunca é tarde para retornar aos estudos. Já tive alunas de 70 e até 80 anos. Nossas escolas têm equipes qualificadas e preparadas para receber todos”, diz.
Matrículas até 29 de agosto
As inscrições seguem abertas até a próxima sexta-feira (29). Os interessados podem procurar diretamente a escola mais próxima ou a própria Secretaria de Educação. “Muitas pessoas que não sabem ler e escrever ainda têm vergonha de procurar ajuda. Queremos reforçar que não há motivo para isso. As escolas estão prontas para acolher”, completa Tais.
