Há 100 anos
O deputado federal Lindolfo Collor saudou via imprensa o surgimento da Sociedade Rádio Pelotense. O artigo do político gaúcho foi publicado em 12 de agosto de 1925, no jornal Diário Popular, mostrando que a iniciativa estava consolidada e era muito bem-recebida no Rio de Janeiro, na época capital federal do Brasil, bem antes da data da primeira transmissão, no dia 25 do mesmo mês e ano.

Deputado saúda criação da rádio (Foto: Reprodução)
Em seu artigo, Lindolfo Collor lembra que foi convidado para se pronunciar sobre a Rádio Pelotense: “É com a mais viva satisfação que correspondo ao cativante convite da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro para dirigir algumas palavras de saudação à Rádio Sociedade Pelotense. Bendigo mesmo a oportunidade maravilhosa em que, pela primeira vez, a pobreza da minha palavra transpõe o espaço e se faz ouvir à distância de milhares de quilômetros…”, escreveu. Sua manifestação foi lida pelos sócios do empreendimento.
Roquette-Pinto apoia
Também comentou que ouviu com alegria do seu amigo Roquette-Pinto que Pelotas estava em constante comunicação com ele, que apoiou a iniciativa. O carioca Edgard Roquette-Pinto (1884-1994) é considerado o pai da radiodifusão no Brasil. Criador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, com o objetivo de difundir a educação por este meio, por volta de 1923.
“Saúdo os meus prezados conterrâneos da gloriosa Princesa do Sul fazendo votos pelo crescente desenvolvimento dessa admirável cidade, flor da cultura desabrochada nos verdes campos do São Gonçalo, berço de tantos brasileiros ilustres e que honra, assim na esfera intelectual como no terreno econômico, as nobres tradições de trabalho, de hospitalidade e de civismo do Rio Grande do Sul”, finalizou Lindolfo Collor.
O início
A Rádio Pelotense surgiu por iniciativa do empresário Carlos Goyheneix Sica juntamente com o irmão Tobias Sica, o primo João Abrantes e com os amigos Antônio Nogueira Filho, Baldomero Trápaga y Zorrilla e Alexandre Gastaud.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 83 anos
A arte de Czeslaw Lewandowski em Pelotas

Pintor trouxe telas a óleo e aquarelas (Foto: Reprodução)
A Sociedade de Cultura Artística de Pelotas realizou uma exposição de pinturas de Czeslaw Lewandowski (1900-1995). A mostra foi aberta no dia 22 de agosto de 1942 na sede da entidade, na rua 15 de Novembro, 639, esquina General Neto.
Para Pelotas o pintor polonês trouxe telas pintadas a óleo, têmpera e aquarelas. Entre os temas estavam paisagens, aspectos históricos, figuras e fantasias, como denominavam quadros como Três Noturnos e o Prelúdio de Chopin.
Lewandowski nasceu em Zgierz, na Polônia. Graduou-se em Pintura pela Escola Nacional de Belas Artes de Cracóvia. Após a traumatizante experiência da Primeira Grande Guerra Mundial, prevendo um novo conflito – que realmente ocorreu a partir de 1939 –, emigrou em 1927 para o Brasil, fixando-se definitivamente em Curitiba em 1937.
Ao longo de sua carreira, realizou diversas exposições. Sobre esse artista diz Fernando Velloso: “Numa versão histórica da arte paranaense, encontramos poucas tentativas de expressão, através do surrealismo, resumindo-se as mesmas a algumas telas de Czeslaw Lewandowski, discordantes da totalidade de sua obra”. Também Hercílio Maes classifica algumas obras de Lewandowski como surrealistas.

Entre os temas da mostra estavam paisagens (Foto: Reprodução)
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense