Pelotas sediou o primeiro Encontro de Agentes Territoriais de Cultura da região Sul, reunindo representantes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O evento, que encerrou um ciclo de cinco encontros regionais promovidos pelo Ministério da Cultura (MinC), contou com a presença da secretária de Articulação Federativa e Comitês de Cultura, Roberta Martins, entre quarta e sexta-feira.
Segundo a secretária, o objetivo principal foi promover integração, formação e troca de experiências entre os agentes. “Eles não se conheciam, e agora passam a se encontrar nesses encontros presenciais. Também buscamos melhorar a qualidade técnica dos participantes e fortalecer o trabalho em seus territórios”, destacou.
Estrutura e acolhimento
Esta foi a primeira vez que o evento ocorreu fora de uma capital. A escolha de Pelotas se deu pela estrutura oferecida e pela rede de apoio local. “Precisávamos de um local com condições de receber cerca de 200 pessoas, além dos 100 agentes territoriais de cultura. A cidade nos acolheu muito bem, com apoio do IFSul, que disponibilizou palco, salas e estrutura completa”, afirmou Roberta.
Durante a programação, os agentes participaram de oficinas ministradas por professores de institutos federais de todo o Brasil, além de servidores e dirigentes do MinC. Houve também atividades de mapeamento cultural e momentos de integração, como passeios pelo centro histórico de Pelotas.
Formação e inclusão
O programa de agentes territoriais de cultura tem pouco mais de um ano e surgiu no início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a condução da ministra Margareth Menezes. A iniciativa busca estruturar o Sistema Nacional de Cultura, criando uma rede de representantes em regiões onde ainda não há políticas públicas federais.
Diversidade e políticas afirmativas
O programa não exige nível de escolaridade específico, permitindo a inclusão de pessoas com diferentes formações e idades. “Temos desde jovens a partir dos 18 anos até agentes com mais de 60 anos, todos com experiências valiosas em seus territórios. Também estabelecemos ações afirmativas para negros, indígenas e quilombolas”, explicou Roberta.
PNAB e aplicação de recursos
A secretária também destacou a execução da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), que já contempla milhares de municípios brasileiros. “No ciclo anterior, 4.855 cidades ultrapassaram 60% da execução financeira. Isso mostra maturidade na gestão dos recursos”, disse.
Em Pelotas, o município recebeu cerca de R$ 2 milhões para investimentos culturais. Para Roberta, o próximo passo é aperfeiçoar o monitoramento do impacto social dessas verbas. “O recurso público precisa mudar a vida das pessoas. O desafio agora é entender de que forma a cultura está transformando cada território”, afirmou.