Um dos momentos de maior integração entre alunos do Colégio Gonzaga e a comunidade chegou ao fim com a vitória da cor branca. A tradicional disputa da Olimpíada das Cores, antes mais focada no desempenho esportivo, vem ganhando nos últimos anos uma importante vertente solidária, que contribui para o funcionamento de diversas instituições sociais da cidade.
O Gonzaga foi a primeira escola de Pelotas a sediar uma olimpíada estudantil. Um dos diferenciais da proposta é que os alunos se tornam responsáveis por todas as etapas de sua execução. “A escola dá todo o suporte, mas são os alunos que se organizam, especialmente os matriculados no segundo ano do ensino médio”, explica o coordenador de comunicação e marketing do colégio, Henrique Vetromilla.
Apesar do protagonismo dos estudantes, pais, professores e comunidade escolar também oferecem apoio para o evento, que possui forte caráter pedagógico. A nutricionista Cristiane Pereira, mãe da estudante Julia Rocha, do segundo ano do ensino médio, relembra a apreensão inicial ao saber que a filha integraria a comissão organizadora.
“Quando a Julia me disse que faria parte da comissão, o primeiro impacto foi pensar: como ela vai conseguir estudar e dar conta de tudo?”, conta. Além da criação de memórias e do fortalecimento de amizades, Cristiane acredita que a experiência proporciona aprendizados importantes, como gerenciamento do tempo e recursos, mediação de conflitos e, principalmente, amadurecimento para a resolução de problemas.
Incentivada pelas amigas, Julia decidiu de última hora integrar a comissão da cor branca, campeã da edição de 2025. “É um grande evento, são muitas atividades durante seis meses, mas, ao mesmo tempo, é muito gratificante, pois conseguimos fazer diferença na vida das pessoas com as doações, além de deixar nossa participação registrada na história da escola”, avalia.
Etapas avaliativas
Todos os alunos do colégio participam, de alguma forma, da Olimpíada das Cores. Entre as etapas estão o desfile de abertura, avaliado por jurados em critérios como hino, bandeira e defesa de propostas; gincanas solidárias de arrecadação de alimentos e agasalhos, em que conta também a qualidade das doações; disputas esportivas, envolvendo turmas do quinto ano ao ensino médio; além do desempenho nas notas bimestrais.
“Conseguimos organizar a Olimpíada envolvendo jogos, desfiles de abertura e encerramento, mas também o conteúdo de sala de aula, que tem grande peso. O desfile de encerramento é o momento mais esperado, considerado um dos maiores eventos da escola e a atividade de maior nota”, explica Vetromilla.
Tradição de participação
Para a estudante Maria Eduarda Brune, também do segundo ano, participar da Olimpíada nesta edição foi especial por marcar os 130 anos do colégio. “Foi um tema muito importante para a escola, assim como contar sua história, que muitas pessoas ainda não conhecem. Conseguimos mostrar isso no hino”, destaca.
Cristiane lembra que tanto Julia quanto sua outra filha, Giovana, sempre participaram da Olimpíada. “Escolhi o Gonzaga para minhas filhas pela questão pedagógica, mas também pela tradição esportiva. A escola valoriza os alunos de forma ampla, não apenas no estudo”, afirma.
Envolvimento com a comunidade
De acordo com Vetromilla, o evento envolve familiares e toda a comunidade escolar. “As crianças do maternal pré-A e pré-B já participam com o apoio dos pais. Esse envolvimento familiar se estende a todas as etapas avaliativas”, explica.
130 anos
Vencedora da edição de 2025, a cor branca preparou um desfile final que resgatou momentos marcantes da história do colégio. “Decidimos trazer o teatro para o desfile, fizemos alas de formandos e relembramos edições antigas da Olimpíada”, conta Julia.
Para ela, participar de forma tão intensa da edição alusiva aos 130 anos da escola foi especial. “Criamos muitas memórias e vivi momentos incríveis, tanto com as crianças quanto com meus colegas. Me aproximei muito mais das minhas amigas, pois passamos por muitas coisas juntas”, relata.
Maria Eduarda reforça a importância do tema: “Participar dessa edição foi uma responsabilidade e também uma oportunidade de falar sobre a tradição da escola. Quando definimos o que queríamos mostrar no desfile, fomos longe nas ideias e conseguimos fazer um encerramento lindíssimo”.
