Há 80 anos
Em agosto de 1945, Pelotas se preparava para um de seus grandes acontecimentos: o certame agropecuário promovido pela Sociedade Agrícola do município, que seria realizado em 3 de outubro daquele ano. O noticiário local apresentava o evento, não era apenas uma exposição, mas um verdadeiro marco social, capaz de reunir a cidade em torno do orgulho pela tradição agropecuária local e da fidalguia de seu povo.
Naquele período, porém, havia um desafio: como receber o grande número de visitantes esperados? Para contornar esse entrave, a Comissão de Hospedagem da Sociedade Agrícola lançou uma curiosa campanha nos jornais locais, apelando ao espírito colaborativo dos pelotenses. Pedia-se que cada família, dentro de suas possibilidades, cedesse algum espaço em suas casas para acolher os forasteiros. Era um gesto simples, mas que traduzia a fraternidade e hospitalidade associado ao nome de Pelotas.
Mais do que a falta de acomodações, estava em jogo a imagem da cidade, provocava a Comissão de Hospedagem em uma das publicações. Era preciso que os visitantes levassem consigo a melhor das impressões, condizente com a fama de cordialidade que sempre marcaram a comunidade. Ao abrir as portas de suas moradias, o pelotense ajudava a reforçar os laços e a mostrar que o progresso se fazia também pelo calor humano.
Estreias no programa
Na programação do evento constava a 9ª Exposição Estadual de Animais e Produtos Derivados. Além deste, a Sociedade Agrícola de Pelotas, fundada em 12 de outubro de 1898, faria duas estreias: as primeiras Exposição Internacional de Equinos Crioulos e de Ovinos controlados.
O evento teve ainda a 5ª Exposição Brasileira de Gado Holandês, a 26ª Exposição Avícola da Sociedade Avícola do Rio Grande do Sul e a 23ª Exposição Pastoril da Sociedade Agrícola de Pelotas. Também foram atração no evento uma exposição industrial e uma canina, o concurso leiteiro e a prova de block-test.
PARA SABER
A Sociedade Agrícola Pastoril do Rio Grande do Sul foi a primeira agremiação ruralista criada em solo gaúcho. Fundada em 12 de outubro de 1898, foi ela que abriu caminho para as federações rurais. Já em abril de 1899, a sociedade realizava a 1ª Exposição Rural de Pelotas. A entidade deu origem à Associação Rural de Pelotas.
Há 83 anos
Barítono americano faz recital no Conservatório de Música de Pelotas
O Conservatório de Música de Pelotas recebeu o recital de canto do famoso barítono norte-americano Aubrey Pankey (1905-1971), em 18 de agosto de 1942. Antes de Pelotas, o cantor tinha se apresentado nas sociedades de cultura artística do Rio de Janeiro e São Paulo.
Do programa constavam composições de Jacomo Peri, Caccini, Chausson, Debussy, Brahms, Hugo Wolf, Roger Quilter, Bachetet, Jaime Ovalle e outros cinco autores negros de composições espirituais.

Aubrey Pankey cantou no Rio e em São Paulo (Foto: Reprodução)
O recital em Pelotas foi bem recebido pela crítica local. Entretanto, o reconhecimento ao talento vocal e à técnica do barítono foi atravessado pela visão racista do crítico e da sociedade da época. “E é uma mina de ritmo, esse temperamentos negro que canta como gente branca…”, escreveu o crítico Sól sobre a voz do artista.
Embaixador da boa vontade
Os “spirituals” era uma característica dos concertos de Pankey. Nas apresentações no Brasil, esse repertório fez muito sucesso. Pankey foi o primeiro afro-americano a representar os EUA como embaixador da boa vontade na América Latina sob os auspícios do Gabinete do Coordenador de Assuntos Interamericanos, quando fez a turnê de 1942.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, Pankey, que mantinha posições de orientação socialista, imigrou para a Europa, fugindo do “macartismo”.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; wikipedia.org
Há 50 anos
Dom Joaquim precisa de calçadas diz vereador
O vereador Jader Marques Dias propôs ao Executivo municipal que construísse calçadas nos canteiros centrais da avenida Dom Joaquim.
Em abril o vereador solicitou melhoramentos na avenida avenida Dom Joaquim. Na época foi solicitada a construção de passeios públicos tanto nos canteiros, que margeavam a avenida, quanto nos centrais.
A construção de calçadas iria ajudar a prevenir acidentes, principalmente, com estudantes do Colégio Cassiano do Nascimento. De acordo com o vereador, os alunos eram obrigados a transitar pelas pistas dos veículos, por falta de áreas seguras para caminhada.
Naquele período a Dom Joaquim ainda passava por uma revitalização. Em dezembro de 1974, por exemplo, foi finalizado um trecho de mil metros quadrados de calçamento naquela avenida. A via estava sendo pavimentada com bloquete, um tipo de pavimento feito de concreto pré-moldado.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense