Pelotenses vão para as ruas contra o Eixo

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Pelotenses vão para as ruas contra o Eixo

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Há 83 anos

Em agosto de 1942 os pelotenses se uniram aos brasileiros de diferentes regiões do país e foram para as ruas protestar contra os ataques dos submarinos alemães e italianos aos navios da Marinha mercante do país, durante a Segunda Guerra Mundial. As notícias sobre o afundamento de embarcações provocaram uma forte comoção em Pelotas. Além de Pelotas, outras cidades da região, como Rio Grande.

(Foto: Reprodução)

Com bandeiras nacionais e palavras de ordem, a passeata, no dia 18, percorreu pontos simbólicos da cidade. Em frente à prefeitura, falaram o presidente da Liga de Defesa Nacional, coronel Januário Coelho da Costa, e o advogado Bruno de Mendonça Lima, representando o prefeito. A manifestação também prestou homenagens ao exército e à Brigada Militar, recebendo palavras de apoio de comandantes locais, que asseguraram a prontidão das tropas brasileiras diante do conflito.

À noite, após mais de quatro horas de mobilização, os manifestantes seguiram até a Capitania dos Portos, onde entoaram o Hino Nacional e ouviram discurso do capitão Arnoldo Toscano, que conclamou os jovens à defesa da pátria. Os jornais locais também receberam a visita dos protestos, quando oradores condenaram a “covardia nazista” e pediram confiança no governo de Getúlio Vargas.

A massa ainda rendeu homenagem ao Exército brasileiro, ao passar pelo quartel do 9º Regimento de Infantaria, onde o tenente-coronel Túlio Paes Leme, declarou que o soldado estava pronto para enfrentar os campos de batalha. Entre vivas ao Brasil e ao presidente, Getúlio Vargas, os manifestantes se encaminharam para a Brigada Militar, tendo sido recebidos pelo comandante do 4.° B. C.. Naquele dia até os cinemas tocaram o hino nacional antes das exibições dos filmes.

Comércios e residências destruídos

A indignação popular, porém, ultrapassou os atos cívicos. Em meio à exaltação, grupos atacaram estabelecimentos comerciais de proprietários alemães, como hotéis do Comércio e América, ferragens e residências, como a do dentista Tochtrop, a ferragem Nieckele, Palmeira e cia, Monti & Knabe, entre outras empresas de origem germânica. A casa de Christel Voght, ex-adido do consulado alemão em Rio Grande, foi invadida e objetos pessoais e mobiliário da residência foram jogados na rua e incendiados.

Mesmo durante a madrugada, a multidão continuava a percorrer a cidade, depredando casas e empresas de súditos do Eixo, acusados de colaboracionismo. A revolta revelou a adesão popular ao rompimento com a Alemanha e a Itália e reforçou a confiança de que o Brasil responderia às agressões sofridas.

Para saber

  • Em 1942, o Brasil ainda mantinha uma posição de neutralidade na Segunda Guerra Mundial, mas a situação mudou a partir de julho daquele ano.
  • Os ataques dos submarinos alemães e italianos (do Eixo) a navios mercantes brasileiros, que navegavam na costa do país, provocaram a revolta. Entre os dias 15 e 19 de agosto de 1942, cinco embarcações brasileiras foram afundadas no litoral da Bahia e de Sergipe, causando a morte de mais de 600 civis — homens, mulheres e crianças.
  • Os ataques causaram grande indignação. A população foi às ruas realizando passeatas e manifestações espontâneas contra o Eixo. Havia gritos de protesto, queima de bandeiras nazistas e fascistas e exigência de que o governo de Getúlio Vargas rompesse relações com a Alemanha e a Itália.
  • A pressão popular foi decisiva. No dia 22 de agosto de 1942, o Brasil declarou guerra contra a Alemanha e a Itália, tornando-se o único país sul-americano a enviar tropas para a Europa — a Força Expedicionária Brasileira (FEB).

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; wikipedia.org

Há 50 anos

Zattera participa da 6ª Conferência de Universidades em Moscou

Bispo foi reitor da UCPel (Foto: Reprodução)

O reitor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), dom Antônio Zattera, participou da 6ª Conferência Geral da Associação Internacional de Universidades, que teve início no dia 19 de agosto de 1975, em Moscou. O encontro reunirá mais de 400 reitores das principais universidades do mundo, além de renomados cientistas e personalidades públicas de mais de 80 países.

O Rio Grande do Sul foi representado por duas instituições: a Universidade Católica de Pelotas e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Uns dias antes, Dom Antônio Zattera estava em viagem pelo leste Europeu, oportunidade em que visitou amigos e antigos colegas, especialmente na Alemanha. Sua chegada à capital soviética ocorreu no dia 17.

Na época, em entrevista coletiva, o ministro do Ensino Superior da União Soviética destacou que a escolha de Moscou como sede da conferência era para provar “o vasto prestígio internacional que a Escola Superior Soviética desfruta … no mundo”.

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 100 anos

Chegam vagões para a Viação Férrea gaúcha

Chegaram ao porto do Rio Grande, no vapor Capivary, em agosto de 1925, 40 vagões fechados, de 28 toneladas, adquiridos pelo governo do Estado para a Viação Férrea. Os vagões seriam montados nas oficinas de Rio Grande, para que no prazo de 30 dias fossem entregues ao tráfego.

Além desse material importado da Alemanha, da fábrica Wumag, de Goerlitz, foram encomendadas à fábrica Zyle et Bacalan, da Bélgica, mais 200 vagões fechados de 24 toneladas, que deveriam ser entregues até o fim daquele ano.

A encomenda seguinte seria mais de cem carros gaiolas. No dia 18 saíram no vapor Bilbao, mais quatro locomotivas encomendadas de Berlim. O investimento do governo do Estado visava melhorar o transporte ferroviário no RS.

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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