A reunião da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) realizada nesta segunda-feira (18), em Pinheiro Machado, contou com a participação do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes. O encontro, realizado no Parque Charrua, teve como foco a governança na administração pública e a necessidade de políticas preventivas, especialmente diante dos prejuízos provocados pelas enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul.
Durante a palestra, Nardes destacou a importância de substituir a atuação meramente punitiva por práticas de prevenção. Segundo ele, o TCU tem a função de aprovar ou reprovar contas de gestores, mas também deve contribuir para evitar prejuízos futuros. “Nós temos que fazer trabalhos preventivos, e não somente punitivos. Na enchente, especialmente na região Sul, fomos abalados e, até agora, não foram estruturadas políticas preventivas para os municípios e os estados”, afirmou.
Relator do programa Recupera RS, que acompanha a aplicação dos recursos federais enviados ao Estado após as cheias, o ministro criticou a ausência de planejamento na área da Defesa Civil. “Infelizmente, não temos políticas preventivas. Estou trazendo esse relatório para que os municípios possam começar a trabalhar de forma preventiva e evitar os prejuízos que tivemos em Pelotas, Rio Grande, São Lourenço do Sul e em tantas outras cidades”, disse.
Nardes também mencionou gargalos de infraestrutura, citando o atraso na duplicação da BR-116, que se arrasta há mais de uma década. “Essa estrada está em obras há mais de 10 anos e até agora não foi finalizada. Vou cobrar explicações do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres)”, acrescentou.
Para o presidente da Azonasul e prefeito de Pinheiro Machado, Ronaldo Madruga (PP), a presença do ministro foi uma oportunidade de fortalecer a gestão pública regional. Ele avaliou a reunião como um momento de reflexão sobre os rumos da administração municipal. “Cada prefeito, com sua equipe, deve fazer a análise do que pode melhorar. Foi lançado o desafio de pensar a governança como instrumento para qualificar a gestão pública”, afirmou.