Faltam exatos 200 dias para 3 de março de 2026, data em que o contrato de concessão do Polo Rodoviário Pelotas à Ecovias Sul se encerra. Sem uma expectativa concreta de uma data para o leilão do trecho pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a perspectiva segue sendo a de que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) assuma a manutenção do trecho de 457 quilômetros.
A administração pelo Dnit, no entanto, abrange apenas a manutenção básica do pavimento, deixando a rodovia sem atendimento médico emergencial, monitoramento 24h e serviço de guincho.
Dnit prepara licitação de manutenções
O superintendente do Dnit na região, Vladimir Casa, afirmou em entrevista no mês passado que o problema da autarquia não é a capacidade técnica, mas as limitações orçamentárias. No ano passado, segundo a Ecovias, foram investidos R$ 70 milhões em manutenção. Casa reconhece que, para cobrir a nova demanda, o órgão precisará de um aporte extra.
Atualmente, o Dnit é responsável pela administração de 512 quilômetros de rodovias na região. Sem a concessionária, o trecho passará a ser de 969 quilômetros.
De acordo com o Dnit, o polo rodoviário foi dividido em quatro trechos de 100 a 120 quilômetros para licitações diferentes. Segundo a autarquia do governo federal, os quatro projetos já foram concluídos e serão encaminhados nos próximos dias para a abertura da licitação, que deve ocorrer até o final de outubro. “Estas etapas fazem parte da preparação para a autarquia assumir os trechos, caso isso se confirme”, explica o Dnit em nota.
Ecovias Sul mantém proposta
A Ecovias Sul já demonstrou o interesse de continuar administrando a rodovia até que um novo leilão seja realizado. Em entrevista à Rádio Pelotense em julho, o diretor-superintendente da concessionária, Fabiano Medeiros, disse que a empresa “está à disposição para continuar operando pelo tempo que for necessário, seis meses, 12 meses, tem base legal até 24 meses”. A Ecovias afirma, no entanto, que a proposta não teve nenhum avanço junto ao governo federal até o momento.
Leilão sem data
A ANTT foi procurada, mas não deu atualizações sobre o processo. Segundo as informações mais recentes, a agência aguardava uma definição do governo federal para a elaboração da modelagem do plano de outorga que será submetida ao Tribunal de Contas da União (TCU) antes do lançamento do edital para o leilão. Técnicos da agência, no entanto, reconhecem que o trâmite pode demorar até quatro anos.
Em audiência pública realizada em Pelotas no mês de abril, a ANTT confirmou que o planejamento é para a adoção do pedágio eletrônico no formato free flow, com a cobrança automática de acordo com os trechos percorridos pelos motoristas.