Diversos produtos derivados da uva, produzidos por empreendimentos da região, estarão presentes na 1ª Mostra de Sucos, Vinhos e Derivados, que ocorre neste domingo (17), das 10h às 20h, no Parque Stone Land, na Cascata. O evento contará ainda com mateada, feira de artesanato e música ao vivo. A entrada será gratuita, sendo cobrada apenas a taxa de estacionamento no valor de R$ 20,00.
Durante a Mostra, haverá degustação e venda de vinhos, sucos, espumantes e geleias, explica o presidente do Grupo Associativo de Empreendedores do Turismo Rural (Gassetur), Luciano Nardello Perboni. “Será uma forma de divulgar nossos produtos e as atividades turísticas relacionadas que existem na zona rural”, afirma.
Em 2025, estão previstos dois eventos: o primeiro no dia 17 de agosto, com foco no inverno, período em que o consumo de vinho é mais elevado; e o segundo no verão, em data ainda a ser definida, para mostrar a produção da uva no período da colheita.
Segundo Perboni, participarão desta edição as vinícolas Nardello, D’Vinus, Potenza, Dom Basílio, Morello, Altos do Paraíso, São Brás e Propriedade Agroflorestal Schiavon, todas registradas. Ele destaca que várias empresas do setor estão em processo de regularização. “O setor está em pleno crescimento. Por enquanto, a comercialização ocorre principalmente nas localidades e com forte presença nas feiras da agricultura familiar”, informa.
O evento é uma realização da Frente Parlamentar em Defesa da Uva, Vinhos e Sucos, com apoio do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS), Gassetur, Emater, UFPel e Prefeitura de Pelotas.
Cenário das agroindústrias
Tradicional em Pelotas, a viticultura vem registrando crescimento e maior profissionalização dos produtores nos últimos dez anos, avalia o chefe do Escritório Municipal da Emater-RS/Ascar, Rodrigo Prestes.
Hoje, cerca de 40 produtores atuam de forma profissional, cultivando Niágara Branca e Niágara Rosa para consumo in natura e a cultivar Bordeaux para industrialização em sucos e vinhos. São 22 hectares destinados à uva para suco e 14,5 hectares para uva de mesa. Mesmo com condições climáticas adversas, a última safra — cerca de 810 toneladas — foi considerada satisfatória, resultado do uso de novas tecnologias e técnicas de manejo.
Na avaliação de Prestes, há espaço para expandir o cultivo de uva. “A Emater busca fomentar a criação de agroindústrias no meio rural, já que existe demanda para ampliar a produção tanto de vinho quanto de uva. No caso da uva de mesa, por exemplo, parte significativa do consumo local ainda vem de outras regiões”, afirma.
Agricultor frutícola
A região conta com produtores experientes na fruticultura. De acordo com Prestes, quem cultiva uva geralmente também produz pêssego, morango e citrus na mesma propriedade, reunindo conhecimento técnico e estrutura para diversas culturas. Essa experiência, aliada à disponibilidade de máquinas e equipamentos, tem estimulado uma crescente procura por informações e tecnologias voltadas ao cultivo de uvas.
Cultura rentável
Segundo Prestes, a viticultura é uma atividade rentável e tem atraído cada vez mais produtores na região. Embora o custo de implantação seja elevado — podendo ultrapassar R$ 150 mil por hectare nos primeiros anos —, o investimento se dilui ao longo do tempo. Em Pelotas, agroindústrias já regularizadas e outras em processo de formalização reforçam o potencial do setor, colocando a região sul como referência estadual na produção de uva e suco.
Um exemplo é a Vinícola Nardello, que iniciou suas atividades em 1985, com a aquisição de uma propriedade de 17 hectares. Hoje, produz cerca de 15 mil litros de vinho de mesa e investe no turismo. Para 2026, os planos incluem ampliar o plantio de videiras e aumentar a produção de vinhos e sucos. “Queremos mostrar que nossa região tem muito potencial e qualidade no produto, além de fomentar o turismo rural”, afirma Perboni.
