Porto de Rio Grande atrai interesse de investimentos dos Países Baixos

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Porto de Rio Grande atrai interesse de investimentos dos Países Baixos

País estuda possibilidades de colaboração conjunta para desenvolvimento portuário

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Porto de Rio Grande atrai interesse de investimentos dos Países Baixos
Interesse holandês está no potencial para energia eólica offshore e hidrogênio verde (Foto: Jô Folha)

Com o objetivo de desenvolver uma colaboração conjunta, os Países Baixos – em especial a Holanda – projetam a construção de um roadmap (mapeamento de estratégias) para quatro portos brasileiros. Entre eles está o Porto de Rio Grande, que ganha destaque a partir do potencial de se tornar um hub de energia eólica offshore e hidrogênio verde.

Segundo o chefe do Netherlands Business Support Office (NBSO) em Porto Alegre, Caspar van Rijnbach, o interesse por Rio Grande também passa pelas iniciativas de buscar oportunidades de descarbonização, como a eletrificação, e o esforço que está sendo desempenhado pelas autoridades para modernizar e melhorar a logística interna e da região de influência do Porto. “Todas essas áreas são de grande expertise dos Países Baixos, por isso estamos muito interessados em apoiar o Porto no desenvolvimento dessas competências e na aplicação de tecnologias adequadas”, afirma.

A construção do planejamento ainda precisa ser aprovada pelo governo da Holanda, mas já há um diálogo entre o grupo e a Portos RS para avaliar uma série de ações de curto prazo, que foram previamente identificadas. “Isso inclui um teste voltado à eólica offshore e o desenvolvimento de um fieldlab [plataforma para otimização de gestão]. Esperamos ter mais clareza sobre esses passos nas próximas semanas”, diz o chefe da NBSO.

Outro ponto que gera grande interesse dos holandeses no Porto de Rio Grande é a possibilidade de uma futura conexão com o Uruguai, não apenas na área de energia, mas também na importação e exportação de alimentos, fertilizantes e outros produtos.
Caso autorizado pelo governo holandês, a expectativa é que se construa um plano conjunto para os anos de 2026, 2027 e 2028, que deve incluir também os portos de Pecém (CE), Paranaguá (PR) e Santos (SP).

Cooperação entre Portos RS e Holanda

A autoridade portuária responsável pela administração dos portos gaúchos já faz parte da Green Ports Partnership, uma parceria público-privada entre os Países Baixos e o Brasil, com mais de 40 participantes de ambos os países. “É mais do que uma rede de contatos. Ele [Green Ports Partnership] cria projetos reais em infraestrutura, eólica offshore, hidrogênio e digitalização, e isso já está sendo feito”, garante Caspar.

Em 2023, uma delegação do Porto de Rio Grande e do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia) visitou a Europort, nos Países Baixos. No ano seguinte, houve o retorno ao Porto de Rio Grande, para aprofundar as parcerias técnicas. Em novembro do ano passado, durante o Offshore Energy Amsterdam, foi assinada uma Carta de Intenções para o desenvolvimento de um projeto-piloto em eólica offshore no Estado. Já neste ano, foi firmado um acordo entre o Governo Federal e os Países Baixos para desenvolver a agenda em conjunto e a capacitação em hidrogênio verde. Além disso, está sendo discutido um Fieldlab binacional, com foco em testes, capacitação e inovação conjunta no Brasil. “Esse tipo de parceria mostra que tecnologia, vontade política e colaboração podem caminhar juntos. E é exatamente isso que queremos multiplicar”, destaca o dirigente da NBSO em Porto Alegre.

Engajamento

Dentro das expectativas para transformar essa cooperação em investimentos concretos e projetos implementados no Brasil, o representante da Holanda reforça a necessidade de apoio institucional local. “Estados como o Rio Grande do Sul podem impulsionar essa agenda, criando ambientes regulatórios e facilitadores para projetos-piloto e investimentos internacionais”, defende Caspar.

A participação de empresas brasileiras, que estejam dispostas a testar e adaptar as soluções apresentadas pelos holandeses, assim como o envolvimento de universidades e centros de pesquisa, também são citados como primordiais para garantir que os planos se transformem em investimentos concretos.

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