Pelotas está oficialmente no mapa da biotecnologia reprodutiva de equinos em nível global. O município abriga a In Vitro Equinos Sul desde o final de julho, unidade que integra a estrutura da In Vitro Brasil — empresa que lidera o ranking mundial na produção de embriões in vitro em cavalos. A operação local nasce da parceria entre o médico veterinário Felipe Hartwig, proprietário da Hartwig Fertilidade Equina, e a sede paulista da In Vitro Brasil.
A nova empresa funciona dentro do complexo reprodutivo já consolidado em Pelotas e representa mais um passo para transformar a Zona Sul em referência em reprodução assistida para a equinocultura. Somando todas as unidades espalhadas pelo mundo — incluindo operações nos Estados Unidos, Catar e Argentina —, a In Vitro Brasil produziu cerca de 15 mil embriões in vitro no último ano. Só o Rio Grande do Sul foi responsável por aproximadamente 2 mil embriões, número que tende a crescer.
“Nossa ideia com a In Vitro Sul é consolidar essa operação no Estado, difundir técnicas avançadas como a sexagem de sêmen, biópsia de embriões para identificação de pelagem, sexo e doenças genéticas”, explica Hartwig.
Ecossistema reprodutivo
Fundada em 2013, a Hartwig Fertilidade Equina é especializada em reprodução assistida de cavalos, com ênfase na raça crioula. A empresa oferece serviços como melhora de super fertilidade de garanhões, super fertilidade de fêmeas, transferência de embriões inseminação artificial e congelamento de sêmen. Hoje, o grupo reúne cerca de 40 colaboradores diretos, além de prestadores de serviço nas áreas de gestão, comunicação e consultoria veterinária.
A estrutura da empresa se divide entre a sede em Pelotas — onde funcionam os laboratórios — e uma fazenda localizada no município de Cerrito, a 40 km da cidade. No local, são mantidos receptores de embriões em uma estrutura especializada.
“O diferencial está no conjunto: estrutura moderna, equipe qualificada, localização estratégica e, principalmente, uma linguagem comercial afinada com o mercado. Como também somos criadores, entendemos exatamente a demanda de quem nos procura”, afirma o empresário.
Mercado em expansão
A aposta nas tecnologias reprodutivas se justifica. Segundo Hartwig, trata-se de um mercado em crescimento, impulsionado pelo alto valor agregado dos animais, especialmente os de raças voltadas a esportes, como o salto, o quarto de milha e a crioula. “Essas técnicas permitem acelerar o melhoramento genético, multiplicar indivíduos diferenciados e acessar linhagens que seriam inacessíveis de outra forma”, explica.
Apesar dos exemplares tratados frequentemente valerem milhões de reais, o médico veterinário reforça que a empresa adota uma conduta ética: “O valor zootécnico do animal não interfere na qualidade do serviço prestado. Tratamos todos com o mesmo profissionalismo, independentemente do valor de mercado”.
De acordo com Hartwig, o foco com a In Vitro Sul é consolidar a operação no Estado e expandir o acesso às algumas técnicas. “Esperamos consolidar a operação e a utilização dessas ferramentas junto ao laboratório. Assim como também pretendemos capacitar mais veterinários no Rio Grande do Sul para que possam trabalhar em parceria com o laboratório” .