O coro sinfônico da Sociedade Pelotense Música pela Música integra a programação do primeiro Festival TriÓpera, promovido pela Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul. A entidade cultural de Pelotas se apresenta no espetáculo Todas as vozes, que ocorre neste domingo, às 18h, no Teatro João Simões Lopes Neto, do Multipalco do Theatro São Pedro, em Porto Alegre.
O Festival TriÓpera leva ao público três dias de espetáculos. O evento começa amanhã e vai até domingo. A proposta da Companhia, que atua como um centro de qualificação para cantores líricos, é enfatizar os três eixos de atuação da entidade: formação, programação e circulação.
Desta vez o coro da Música pela Música vai em número reduzido, em torno de 50 coralistas. A presidente da entidade, Ana Elisa Kratz, lembra que, na ópera Carmem montada pela SPMM em 2000, foram levadas 120 vozes para o palco do Theatro Guarany.
Ao longo das últimas semanas o coro esteve em intensa preparação vocal e cênica. “Vamos fazer aquilo que é a nossa maior especialidade: Wagner”, antecipa o maestro Sérgio Sisto, cantor, pianista, ensaiador do coro e professor de canto. No repertório estão composições como Freudig begrussen, da ópera Tannhauser, de Richard Wagner, Casta diva, da Norma, de Bellini, e Habanera, da Carmen de Bizet, entre outras.
No palco estarão também os solistas da Companhia, sendo que, dos seis cantores, quatro deles são formados pelo Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas e integram ou integraram o coro da Música pela Música: as sopranos Carla Domingues e Rita Mauch, o tenor João Ferreira Filho e o barítono Roger Nunez. Ao lado deles, estarão Elisa Machado, soprano, e Carol Vargas, mezzo-soprano.
Roger é um grande valor daqui de Pelotas. Hoje e amanhã cerca de 60 cantores vão fazer apresentações.
Pérola da SPMM
Inicialmente, esta entidade privada e sem fins lucrativos, criada em 1990, funcionava esporadicamente promovendo recitais. Com a vinda do maestro para Pelotas, em 1995, Sisto foi convidado para assumir o papel de professor de canto e incentivador de espetáculos, trabalho que desenvolve até hoje.
Ao longo de 30 anos, o coro sinfônico se tornou a pérola da entidade, que também manteve por alguns anos uma orquestra sinfônica. A qualidade dos vocais é reconhecida fora de Pelotas, além disso o trabalho apaixonado dos integrantes, que movimentaram a cena lírica da Zona Sul do Estado, foi uma das propostas que inspiraram a formação da Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul, liderada pelos cantores Eiko Senda e Flávio Leite, atual presidente da Cors. Esta entidade atua na capital há três anos e desenvolve um projeto de formação chamado Ópera Estúdio, do qual o maestro Sisto é um dos professores.
Em janeiro deste ano, o coro da Música pela Música esteve no final do Festival Internacional Sesc de Música. Seus solistas também participaram do evento e o próprio maestro tem sido um dos professores do Festival.
Entusiasmados com a apresentação deste domingo, o grupo tem se dedicado aos ensaios. “É isso que a Cors consegue, esse processo de pluralização, de juntar interesses em comum e mostrar o potencial que tem a ópera, que tem a cultura e é isso que nós vamos fazer, agregar forças com o pessoal de Porto Alegre. E nós estamos muito felizes de poder fazer uma parceria como essa com a Cors, porque sozinhos não podemos muita coisa”, fala Sisto.
Homenagem
Nestes dias os cantores também vão celebrar o centenário do maestro Frederico Gehring Júnior, que foi uma referência para os cantores da Cors. “Ele era muito bom porque ele trabalhava em todas as áreas, na cenografia, fazia a formação da orquestra, do coro, era professor. Ele começou a cantar aos 13 anos, trabalhou em Curitiba, no nordeste”, explica Sérgio Sisto, que foi aluno de Gehring.