O ‘armistício’ que pacificou a Câmara de Pelotas no segundo semestre durou pouco – apenas dois dias. A sessão desta quinta-feira (7) durou apenas cerca de 10 minutos, após um novo bate-boca entre os vereadores envolvendo Cauê Fuhro Souto (PV) e Fernanda Miranda (PSOL).
O debate sobre um projeto do vereador Marcelo Bagé (PL) para incluir educação financeira, empreendedorismo e inovação e noções básicas de direito no currículo da rede municipal descambou para uma discussão acalorada, com troca de acusações e falas exaltadas.
Durante o bate-boca, o presidente Carlos Júnior (PSD) suspendeu a sessão, que só foi retomada mais de 20 minutos depois, para ser encerrada. Enquanto a sessão estava suspensa, o presidente e os demais membros da mesa diretora esvaziaram suas cadeiras, deixando a Câmara acéfala em meio a uma nova briga.
A cena da mesa diretora esvaziada contrapõe ao que ocorreu esta semana na Câmara dos Deputados, onde a mesa diretora foi ocupada por parlamentares que tentavam impor as pautas da anistia e do fim do foro privilegiado.
Em ambos os casos, o que se viu foi uma falta de pulso dos parlamentares responsáveis por garantir os trabalhos das casas legislativas. Quando os ânimos se acirram, cabe a quem está na liderança impor a ordem e o respeito. Deixar que um grupo minoritário de parlamentares impeça o trabalho de todos os outros enfraquece o Poder Legislativo e desmoraliza o papel do parlamento, que fica silenciado.

Mesa diretora foi esvaziada em meio ao bate-boca (foto: Douglas Dutra)