No dia D da vacinação promovido pela prefeitura de Pelotas ontem no Pop Center, durante a manhã, somente uma pessoa foi buscar a imunização. Enquanto a procura pela vacina da influenza continua baixa, o número de internações e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentam.
Em Pelotas, com apenas 45% do grupo prioritário imunizado, os hospitais estão com superlotação. Em Rio Grande o número de mortes chegou a 35.
“As pessoas não estão aderindo à vacina, a campanha de vacinação, existe uma negação muito grande”, diz a diretora da Vigilância em Saúde de Pelotas, Vera Neto. No município, os idosos apresentam o maior índice de imunização entre os grupos prioritários.
Ainda assim, a cobertura vacinal segue abaixo de 50%: até o momento, apenas 49% deles foram vacinados. Entre as crianças, o percentual de imunização é de 36%, e entre as gestantes, de apenas 16%.
“Isso é preocupante porque está provado que as pessoas que estão se internando, que estão indo a óbito, que estão ocupando leitos de hospitais com síndrome Respiratória Aguda Grave são pessoas que não tomaram vacina”, diz Vera Neto.
Conforme a diretora da vigilância em saúde, todos os hospitais com leitos SUS em Pelotas estão com superlotação devido ao alto número de pacientes com SRAG. “As pessoas que estão indo no Pronto Socorro, UPA, que vão no hospital, geralmente 90% é devido a uma síndrome respiratória”.
A diretora de vigilância em saúde relembra que todas as Unidades Básicas de Saúde estão com horário de atendimento estendidos e ofertando a imunização. Além disso, a vacina é ofertada na Casa da Vacina e no campus da Saúde da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). “E as pessoas não procuram a vacina, não dá para entender por que essa negação à vacina”, diz.
Próxima ação
A próxima ação do Dia D de vacinação em Pelotas será promovido na quinta-feira, em frente a lotérica localizada na CohabPel, na rua General Deodoro. “Através do IBGE a gente sabe que ali se concentra muitos idosos. Então nós vamos botar o nosso trailer das 10h às 17h, com vacina da Influenza e do Covid”.
Rio Grande
Em Rio Grande, a Vigilância em Saúde confirmou na segunda-feira mais três óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave, elevando para 35 o número de pessoas que morreram no Município, desde o começo do ano.
Dos óbitos por SRAG, 26 ocorreram em âmbito hospitalar e nove foram em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A SRAG abrange casos de Síndrome Gripal (SG) que evoluem com comprometimento da função respiratória e suas causas podem ser influenza, covid-19, entre outros vírus respiratórios.
Na cidade, 63.963 pessoas foram vacinadas contra a gripe, o que representa 33,3% da população. No que se refere a idosos, 58% já receberam a vacina. Entre os grupos prioritários (idosos, gestantes, crianças de seis meses a seis anos incompletos e outros), a cobertura está em 53,7%.
