O governo federal incluiu a execução de um projeto de duplicação do lote 4 da BR-392, que dá acesso ao porto de Rio Grande, no novo PAC. A medida foi publicada no Diário Oficial da União. Com isso, aumenta a possibilidade de incluir a obra no programa. O trecho é visto como crucial para melhoria da logística de acesso ao terminal portuário.
O deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT), em entrevista à Rádio Pelotense, confirmou a autorização e celebrou. “É uma área portuária, que é um gargalo, é questão de segurança”, comenta. No último mês, a prefeita Darlene Pereira (PT) e o deputado estadual Halley Lino (PT) estiveram em Brasília em reuniões junto a ministérios para cobrar a inclusão.
O trecho de pouco mais de oito quilômetros concentra congestionamentos constantes, especialmente nos horários de pico, além de ser palco frequente de acidentes, registrado 40 ocorrências, sendo duas com óbito, somente em 2024, conforme dados da Ecovias Sul. A infraestrutura também compromete o escoamento de cargas estratégicas, como grãos e fertilizantes.
A duplicação dos 52 quilômetros da BR-392 entre Pelotas e Rio Grande foi iniciada em 2010, com três dos quatro lotes já concluídos há mais de uma década. O Lote 4, no entanto, segue em pista simples. Com pouco mais de oito quilômetros, ele corta o distrito industrial de Rio Grande — por onde passam diariamente mais de nove mil trabalhadores, além de milhares de caminhões que abastecem o porto rio-grandino, o quarto maior do país.
Avaliações
Para o vice-presidente de infraestrutura da Federasul, Antônio Carlos Bacchieri, diz que a citação no PAC é positiva e a expectativa é para que saia do papel agora. “Mostra a importância que estão dando. A avaliação é positiva, a gente está lutando por isso há tantos anos, já era o momento de ter um avanço nisso”, comenta. Ele diz que a expectativa agora é pelos detalhes do processo.
Já a prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira (PT), destacou a importância da inclusão do projeto no PAC como um fruto de uma longa luta e de diversas agendas em Brasília. “Isso, para nós, da nossa cidade, para a nossa região, representa muito”, afirmou a prefeita, ressaltando o esforço conjunto de diversos setores para a concretização deste objetivo.
Movimento antigo
Ainda em 2014 o projeto chegou a contar com licenças ambientais aprovadas, recursos garantidos e previsão de início imediato. Após uma exigência de alteração por parte da Petrobras, que previa a construção de um túnel para o polo naval, encareceu a obra em R$ 1 bilhão, o que provocou sua suspensão. Desde então, o projeto foi arquivado e perdeu validade, se tornando um dos maiores gargalos logísticos do Estado.
Atualmente, o trecho conta com um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e um anteprojeto de engenharia já aprovados. Para que a obra comece, é necessário elaborar os projetos básico e executivo.
Ponte da Ilha dos Marinheiros
Ainda durante a entrevista, o deputado confirmou que irá debater com a prefeita Darlene Pereira e com a Defesa Civil Nacional uma solução definitiva para a Ponte da Ilha dos Marinheiros.
“A informação que temos é que o aterro está consolidado e que precisa agora entrar nessa outra etapa, de fazer o nivelamento da ponte. Só que surgiu um outro problema, que é com relação a primeira ponte, a ponte menor, que tem uma discussão sobre a viabilidade de haver transporte sobre ela”, destacou.
“É uma questão grave, que impacta na comunidade da ilha de forma muito absurda, e que por mais que se tenha tentado soluções de engenharia, não s encontrou a resposta com a celeridade e a segurança que se precisa ter”, finalizou Lindenmeyer.