Mais de 305 mil pessoas passaram pelo Centro de Eventos da Fenadoce até as 17h de domingo. Como a feira se encerrou às 22h e havia grande movimentação de carros chegando nesse horário, é provável que o número final se aproxime do registrado na edição anterior. O Conselho Gestor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), realizadora do evento, contabilizou ainda 1,8 milhão de unidades de doces comercializadas, podendo facilmente ter alcançado os dois milhões, assim como o volume de negócios na Agricultura Familiar, que somou R$ 2,2 milhões, ultrapassando os dados de 2024.
Com tantos números, a semana começa com uma reunião na CDL para avaliar a edição e, a partir de então, iniciar o planejamento da 32ª Fenadoce, que será realizada de 15 de julho a 2 de agosto de 2026. Entre as projeções, estão mais atrações para o público infantil e a possibilidade de eventos culturais de maior impacto, gratuitos e dentro do Centro de Eventos, uma demanda observada pelo público deste ano. Esses spoilers foram adiantados pelo conselheiro gestor Daniel Centeno, em entrevista à Rádio Pelotense no último dia de estúdio da feira.
Conforme Centeno, a família da doceira Quindinha, nome escolhido por votação popular online, vai aumentar na próxima edição. “Não foram só as crianças que se apaixonaram pelos personagens. Muitos adultos tiraram fotos no espaço Doces Aventuras. Mas vamos aumentar a família aos poucos.” Ele ainda promete a ampliação da área externa, com mais atrações voltadas às crianças. “Queremos transformar a Fenadoce em um grande Doce Parque”, adianta.
Infraestrutura
No balanço prévio da edição, o Conselho encerra a 31ª Fenadoce com a promessa de reformas nos banheiros, principalmente os localizados na praça de alimentação, próximos à área onde ocorrem outros eventos ao longo do ano, como shows e formaturas. Em relação à antiga demanda por melhorias no estacionamento, o ideal, segundo a CDL, seria o asfaltamento, mas a realidade financeira afasta qualquer projeto que exija alto custo para um evento de apenas 19 dias por ano.
Também será necessário um levantamento da área, que é de banhado e possui fluxo de água, exigindo inclusive estudos ambientais. “O custo para manter o Centro de Eventos é elevado e, por mais que se faça manutenção no telhado, durante o evento vai chover onde não deveria”, comenta o conselheiro, lembrando que, nos últimos anos, as edições ocorreram em períodos de pouca chuva, ao contrário desta, que enfrentou acumulados e alta umidade, com reflexos na área externa.
Centeno garante que todas as ideias surgidas em conversas com expositores, visitantes, patrocinadores e imprensa serão levadas em consideração nos próximos encontros para realizar os ajustes necessários à 32ª Fenadoce, que seguirá com a escolha da Corte das Baronesas e deverá coincidir com o final da Copa do Mundo de Futebol.
A tradição doceira
Para a presidente da Associação das Doceiras de Pelotas, Simone Bicca, o sentimento é de vitória. “Vencemos o cansaço, vencemos os estresses e todas as dificuldades. Vencemos pessoalmente e profissionalmente. A sensação é de gratidão”, define. Para Simone, o final da jornada simboliza o quanto todas se prepararam, se dedicaram e, em muitos casos, se superaram.
“Chegamos ao fim cansadas, mas com o coração cheio. Não tivemos tempo para parar, sentar e respirar, mas fizemos tudo com amor. Cada uma cumpriu sua função, cada uma fez a sua parte”. Após um pequeno período de descanso, as doceiras irão se reunir na associação para fazer uma avaliação interna, que será posteriormente levada à CDL. “Enquanto isso, a produção continua, pois temos a Rua do Doce, que funciona o ano inteiro”, lembra Simone.
Fenadoce: Tradição, Inovação e Pertencimento Regional
Para a gestora de projetos de Turismo da Regional Sul do Sebrae RS, Jussara Cruz Argoud, a Fenadoce consolidou-se como um dos maiores eventos culturais e comerciais do RS, ampliando sua relevância e impactando positivamente outros municípios da Costa Doce. “Hotéis, restaurantes, comércios locais e atrativos turísticos de diversos municípios também se beneficiam do movimento.”
Entretanto, Jussara destaca que incorporar a economia criativa como eixo de novas atividades, será uma oportunidade de gerar renda, fortalecer os empreendedores e, principalmente, construir um sentimento de pertencimento. “A cidade de Pelotas e os municípios da Costa Doce Gaúcha precisam sentir que a Fenadoce é parte do seu cotidiano, e que os reflexos do evento reverberam nas ruas, nos espaços culturais e nas iniciativas que valorizam os saberes e fazeres locais.”
A feira em números
Público
- 305 mil visitantes
- 16 mil por dia (dias úteis)
- 2 mil por hora
- 33 por minuto
Excursões
- 769 em 19 dias
- 40 por dia
- 5 por hora (em dias úteis)
Doces
- 1,8 milhão de unidades
- Quase 95 mil por dia, com recorde para quindim e morango do amor
Ações sociais e culturais
- 51 mil pessoas beneficiadas
Feira da Agricultura Familiar
- R$ 2,2 milhões em negócios
- 80 agroindústrias
- 38 municípios gaúchos
Fenadoce Cultural
- 483 apresentações
- 5.137 artistas da região
Festival de Gastronomia (Senac)
- 56 oficinas
- 3 mil pessoas envolvidas
Espaço UFPel
- 800 pessoas em oficinas
Estância Princesa do Sul
- Rodeio Artístico
- 1,2 mil participantes
- Mais de 50 apresentações de invernadas