A Defesa Civil da Região Sul do Rio Grande do Sul está mais preparada para enfrentar possíveis desastres naturais. A afirmação é do coordenador regional Márcio Facin, em entrevista concedida ao programa Acorda Zona Sul, da Rádio Pelotense. Segundo ele, os eventos climáticos extremos de 2024 representaram um divisor de águas na forma como o Estado e os municípios gaúchos lidam com situações de calamidade.
“Todos os municípios da região possuem defesas civis e estão muito mais preparados do que anos atrás”, avaliou Facin, que tem 34 anos de serviço público, sendo 30 deles dedicados à região sul. Ele destaca que, apesar de ainda haver muitos desafios, houve avanços importantes nas políticas públicas de prevenção, capacitação e monitoramento.
A Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil abrange 22 municípios e, conforme Facin, nos últimos meses passou a operar com novas ferramentas tecnológicas. Um dos principais reforços foi a instalação de 130 estações hidrometeorológicas em todo o território gaúcho. Na Região Sul, os equipamentos estão sendo instalados em pontos estratégicos, como o Arroio São Lourenço, Rio Piratini, Arroio Pelotas, Rio Camaquã, Rio Jaguarão, Canal São Gonçalo e Lagoa dos Patos.
Essas estações realizam monitoramento em tempo real. ” Hoje, temos atualizações a cada 15 segundos. Antes, usávamos equipamentos de outras estruturas. Agora, temos ferramentas específicas para a Defesa Civil, contratadas pelo Estado, com previsão de entrega de dados em até 18 meses”, explicou. Uma central de operações em Porto Alegre reúne hidrólogos, meteorologistas e técnicos para a análise das informações.
Nova sede em andamento
Atualmente, a coordenadoria regional funciona dentro de um prédio da Brigada Militar. No entanto, segundo Facin, já está em estágio avançado a negociação para a cessão de um terreno que abrigará a futura sede própria do órgão. “A expectativa é anunciar muito em breve. O processo já tramita na assessoria jurídica do governo do Estado”, afirmou.
Comunicação com a população
Um dos principais desafios continua sendo a comunicação com comunidades mais isoladas. “Ainda existem locais onde nada funciona. O que chega é o rádio de pilha. Por isso, estar conectado com todos os segmentos da imprensa é obrigação da Defesa Civil”, destacou Facin.
A população pode se informar por meio de vários canais. O sistema de alertas via SMS, pelo número 40199, é um dos principais. Para se cadastrar, basta enviar o CEP da residência ou cidade para o número. Também há alertas via WhatsApp e um sistema que, em situações extremas, emite notificações sonoras nos celulares, mesmo quando estão no modo silencioso.
O Estado também adotou um sistema de cores para facilitar o entendimento dos alertas:
- Verde – Normalidade
- Amarelo – Atenção
- Laranja, Vermelho e Roxo – Aumento progressivo do risco de eventos climáticos
Além disso, a Defesa Civil do RS mantém presença ativa nas redes sociais, especialmente no Instagram, por meio do perfil oficial @defesacivilrs.
