Autor do projeto de lei que reconhece a fumicultura como atividade de relevante interesse social, econômico e cultural no RS, o deputado estadual Marcus Vinícius (PP) defendeu o setor em visita a Pelotas.
“O tabaco é uma commodity muito atacada, fruto de muito preconceito, porque as pessoas olham simplesmente pelo prisma do problema sanitário que o tabagismo traz, e não o aspecto econômico, social e cultural que a fumicultura tem”, sustentou.
Segundo o deputado, a fumicultura é a atividade que traz mais retorno econômico e financeiro para as pequenas propriedades. “Faz 20 anos que o Brasil é signatário da Convenção-Quadro [para Controle do Tabaco] e até hoje nem a política, nem a ciência e nem a tecnologia conseguiram encontrar uma atividade agrícola que fosse compatível do ponto de vista econômico com a fumicultura”, pontuou.
O deputado aponta que a Europa desenvolveu uma indústria de nicotina sintética para o consumo através dos vaporizadores e que o país poderia se beneficiar desse mercado. “Nós poderíamos ser os maiores exportadores de nicotina natural do mundo, mas no Brasil não pode”, lamentou.
Desenvolvimento da região
Marcus Vinicius é presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Desenvolvimento da Metade Sul na Assembleia e propõe a criação de uma emenda à constituição do Estado que reconheça a metade sul como um local de atenção permanente de políticas públicas.
Ele também citou a ideia de criação de um fundo específico para a metade sul. “Pode servir tanto de aval para quem queira investir na região, pode ser um fundo de fomento, mas a intenção é que a gente possa destinar recursos para ter coisas a mais para que seja atrativo investir aqui”, explica.
Pedágios
Na entrevista, o parlamentar criticou a concessão do trecho da BR-116 entre Camaquã e Porto Alegre. “Não existe qualquer tipo de estudo apresentado até agora para pedagiamento entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, a região metropolitana está fora […] o governo está olhando simplesmente pro sul do estado, e isso está errado. Se o governo quiser fazer pedágios na BR-116 […] então primeiro apresente um estudo olhando a BR-116 por completo”, sustentou.
“A metade sul não pode pagar sozinha o preço da ineficiência do governo, da manutenção dessa BR, e não pode pagar sozinha de novo o preço de ser a região que dá acesso ao único porto do nosso estado”, defendeu.
O deputado foi entrevistado no programa Debate Regional desta sexta-feira. Assista a íntegra