A buraqueira nas ruas pavimentadas de Pelotas são um problema histórico. Em entrevista à Rádio Pelotense, o secretário de Obras e Pavimentação, Rogério Salazar, reconheceu as dificuldades e atribuiu o problema a fatores orçamentários e estruturais. “Não é uma cidade que foi planejada no seu crescimento, tem a questão do solo, a umidade e questões de drenagem que sempre são problemas graves”, avalia.
“Com certeza é uma secretaria cobrada, aceitamos e temos esse desafio de fazer sempre, dentro da possibilidade que temos e do orçamento que temos para esse ano, buscar fazer melhorias na nossa estrutura, nas nossas máquinas, para que possamos atender”, afirmou Salazar.
Maquinário e pessoal
O secretário afirma que a pasta opera com um orçamento limitado. “Estamos fazendo tudo que é possível, não adianta trabalharmos com uma realidade que não é nossa”, pondera. “Temos problemas de estrutura e de orçamento e trabalhamos procurando atender os pontos mais graves”.
Um fator que prejudica a capacidade de melhorias no setor é o maquinário antigo, como caminhões com mais de 30 anos e que exigem manutenção frequente. “Os rolos que compactam o asfalto são imprescindíveis para que a gente tenha uma boa qualidade, são equipamentos das décadas de 1970, 1980, então precisam de manutenção”, explica.
Apesar das dificuldades, o secretário considera que o material produzido pela usina de asfalto do município é de boa qualidade. “É um asfalto que tem qualidade e um custo-benefício muito bom, o que precisamos é aumentar a equipe e adquirirmos equipamentos novos”, afirma.
Orçamento limitado
Segundo o secretário, os recursos destinados à pavimentação em 2025 são de apenas R$ 4,5 milhões. “É quase insignificante. Precisamos que esse recurso da pavimentação seja, no mínimo, triplicado, para que possamos fazer operações tapa-buraco em toda a cidade”, afirmou.
Salazar afirma que há casos em que tapar os buracos das ruas asfaltadas não basta, e é necessário que se façam obras mais ampla. Ele citou como exemplo a avenida Ildefonso Simões Lopes. “Fazemos [tapa-buraco] para evitar crateras maiores que possam causar acidentes”, admite.
“Ali teria que se fazer uma requalificação, um projeto maior, e merece, é uma avenida que tem cada vez mais movimento. A gente tem toda a vontade, mas nosso orçamento hoje não permite fazer um trabalho maior”, lamenta.
Novas iniciativas
De acordo com Salazar, a sua gestão criou uma equipe para dar atenção às vias com pavimentação de pedra, bloco e unistein. “Hoje trabalham na manutenção e requalificação das ruas que têm esse tipo de calçamento, inclusive utilizando a mão de obra prisional”, afirmou.
O secretário afirmou ainda que a pasta está desenvolvendo com a Coinpel um sistema para o gerenciamento das demandas que chegam até o governo. No futuro, este sistema deve ser disponibilizado à população, que poderá registrar em tempo real buracos em ruas, por exemplo. “Este ano estamos usando internamente para termos uma gestão melhor”, explica.