A cidade de Pelotas perdeu de goleada no futebol em 2025. Ao menos no primeiro semestre. A dupla Bra-Pel foi rebaixada no Gauchão, o Brasil foi eliminado da Série D na primeira fase, sem em nenhum momento competir “às ganha” para entrar no G-4 e o Farroupilha, sempre misterioso, anunciou ontem que não pretende jogar a Terceirona. Na centenária história do futebol pelotense, poucos meses devem ter tido tantas e tantas notícias negativas do trio do futebol profissional em sequência. Nem a corneta salva, já que é o sujo falando do mal lavado.
A esperança da vez é a SAF, um movimento de certa forma arriscado, já que é uma caixinha de surpresas. Nenhum dos clubes está na posição de escolher a dedo investidor, muito pelo contrário. É momento de torcer para que alguém aceite investir. O Brasil é o mais avançado neste sentido, e o mais empolgado também. A direção, o conselho e a torcida veem na SAF uma salvação e a esperança é que, de fato, isso represente uma volta por cima para o clube. O Pelotas é mais reticente no tema e não há um futuro claro nesse sentido. Já o Farrapo, bem, sabe-se lá o que vem pela frente. O foco agora é o estádio, cuja inauguração já foi adiada diversas vezes e até o momento pouco se vê de estrutura levantada. Ao desistir de jogar o único campeonato possível, há um claro recado de que nesse momento o futebol não é prioridade para o clube de futebol.
No entanto, muito além de projetarmos o futuro, é preciso entender como chegamos até aqui. Somos reconhecidamente uma comunidade que ama o futebol e fiel a seus clubes. Um dos raros locais do Estado em que a dupla Gre-Nal fica em segundo plano. Uma cidade com um público consumidor significativo, mas que vê a economia dos clubes ruir aos poucos e a dificuldade de investimentos resultar em times fracos, formado por atletas pouco ou nada identificados com o que representam a dirigentes que precisam trabalhar mais para tapar rombos do que almejar avanços.
Uma série de erros históricos nos trouxeram até aqui, ao pior semestre da história coletiva do futebol pelotense. Os três clubes precisam deitar no divã, refletir sobre o que foi e o que vai ser daqui para a frente. O que não pode é aceitarmos a depressão que estamos vivendo neste ano.