A três anos de completar um século, o Banrisul aposta na tecnologia e na aproximação com a comunidade para se manter relevante em um mercado cada vez mais digital e competitivo. Em entrevista à Rádio Pelotense, no estande do A Hora do Sul na 31ª Fenadoce, o presidente Fernando Lemos destaca o uso crescente da inteligência artificial (IA) e a criação de novos produtos voltados à juventude como caminho para o sucesso da instituição no futuro.
O banco já está em processo acelerado de transformação tecnológica, conforme salienta Lemos. Com 87% das operações já realizadas por canais digitais, o Banrisul aposta em ferramentas como IA e robotização para manter a competitividade. “O Banrisul tem tradição, mas o que vai nos levar aos próximos 100 anos é aquilo que formos capazes de apresentar daqui para frente”, afirma.
O gestor entende que a IA deve ser uma aliada para agilizar processos e melhorar o atendimento ao cliente, não só na área financeira, mas até em setores como saúde e educação. Para ele, a tecnologia precisa estar a serviço das pessoas: “A tecnologia tem que ser usada para aproximar e facilitar”.
Conta Jovem e educação financeira
Uma das novidades citadas pelo gestor é o lançamento de uma conta digital voltada para jovens, com foco em educação financeira. A conta está sendo desenvolvida e terá recursos interativos, com desafios e possibilidade de acompanhamento pelos pais. A iniciativa busca estimular desde cedo uma relação mais consciente com o dinheiro. “É preciso ensinar desde jovem a ter uma utilização adequada dos bancos. Muita gente se endivida por falta de preparo”, aponta.
Mesmo operando como empresa de capital aberto, o Banrisul mantém seu vínculo com os gaúchos, segundo o presidente. O banco não utiliza recursos do orçamento público, mas tem o Estado como acionista majoritário. Lemos diz que esse modelo reforça a responsabilidade social da instituição. “Nosso papel vai além dos negócios: é estar junto da sociedade, apoiando sua cultura, desenvolvimento e bem-estar.”
Investimento em cultura
Fernando Lemos esteve em Pelotas nesta semana para anunciar um investimento de R$ 200 mil na recuperação do telhado da Bibliotheca Pública, obra que poderá chegar a R$ 1 milhão até o fim do ano. A iniciativa integra um pacote de R$ 10 milhões voltado a bibliotecas públicas e comunitárias em todo o Rio Grande do Sul.
Além desses recursos, o Banrisul está criando o Instituto Banrisul Cultural, que será coordenado pela pelotense Beatriz Araújo, ex-secretária de Cultura do Estado e de Pelotas. A proposta é estruturar uma política cultural permanente, diversificada e aberta, voltada também à área social. A instituição está em fase de planejamento e deverá ser formalizada entre setembro e outubro deste ano.
Embora o Banrisul já tenha tradição em apoiar a cultura, Bia destaca que até agora isso era feito dentro da estrutura de marketing do banco, o que limitava o olhar estratégico sobre o setor. Ela considera que a criação do instituto representa um passo simbólico, dando à cultura o espaço que ela merece dentro da atuação institucional do banco. “Recebi esse convite como um presente”, completa, sobre a sensação de estar à frente do projeto.
