É preciso contingência

editorial

É preciso contingência

É preciso contingência
(Foto: Jô Folha)

Diante do cenário aparentemente irreversível do tarifaço de Donald Trump contra o Brasil, é momento do governo federal parar e pensar em soluções que não afetem tão duramente nossos mercados. O país sempre foi forte diplomaticamente e o contexto pede isso. Mais do que escalar na questão político-ideológica, é hora do Brasil assumir sua posição como um dos celeiros do mundo e abrir mercados. Muito além de fincar o pé institucionalmente, essa saída é necessária para tentar dar suporte aos mercados que serão afetados.

O porto de Rio Grande, o nosso agronegócio e a nossa indústria serão duramente afetados se ficarmos a mercê dessas tarifas. Buscar soluções na Ásia, União Européia, Rússia e Canadá são necessidades urgentes, até pela parceria que o Brasil vem tentando estabelecer com esses mercados. Também alvos dos rompantes do presidente americano, os países são mercados em potencial para os nossos produtos. Diante do desalinhamento ideológico de Trump com a maioria do resto do mundo, alternativas que reduzam a dependência de seu país são fundamentais.

A situação atual traz um recado que deve prevalecer por décadas ou até séculos que virão: quando se deixa o alinhamento ideológico falar mais alto do que a própria diplomacia e as relações institucionais, todos saem perdendo. Os próprios americanos vão sentir no bolso o preço do café e da carne, se tais medidas forem mantidas dentro do contexto atual.

O mundo todo se questiona se há algum blefe ou possibilidade de solução imediata, mas conforme o tempo passa, a situação azeda ainda mais. Sobretudo por envolver questões tão caras a um país, como seu Judiciário e sua soberania. O Brasil não indica que aceitará as demandas do americano, que não acena com um recuo, e o cenário se tornou uma grande partida de pôquer, onde todos sobem a aposta.

Se na crise se criam as oportunidades, é hora dos nossos ministérios acelerarem o passo para, daqui uma semana, mesmo sem Lula e Trump recuando, nossos mercados sofram menos. É hora de cuidar do que realmente importa: o bolso e o bem-estar do cidadão e do empresário.

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