A prefeitura de Pelotas está finalizando o processo de elaboração de um novo modelo de licitação para as bancas do Mercado Central. A informação é do titular da Secretaria de Desenvolvimento, Empreendedorismo e Inovação, secretário Jesue Viegas em entrevista à Rádio Pelotense. O objetivo é incentivar os atuais empreendedores e atrair novos investimentos para ocupar 21 bancas fechadas. Além disso, está prevista a revitalização do espaço, respeitando seu perfil histórico e o tombamento do prédio.
Conforme Viegas, a proposta é resultado do diálogo entre as secretarias de Desenvolvimento, Cultura, Turismo e Gestão da Cidade, além da escuta ativa com os permissionários que seguem atuando no local mesmo após adversidades como a pandemia e as enchentes. “A nova licitação buscará garantir um saldo de atividades equilibradas, ou seja, sem engessar os usos possíveis, mas mantendo a identidade do espaço”, garante.
“Quem quer agregar ao mercado poderá fazer isso de uma maneira muito mais prática”, explica Viegas, ao citar a falta de uma tabacaria, por exemplo. De acordo com o presidente da associação de permissionários, Guilherme Fiss, a proposta partiu dos próprios comerciantes. “Antes, cada banca era limitada a um tipo específico de comércio. Agora a ideia é abrir para mais de 30 tipos de atividades e permitir que cada interessado proponha seu negócio”, explica.
Na visão de Fiss, uma das carências atuais do Mercado é a presença de mais lojas com perfil de feira, como fruteiras e armazéns. “Já teve fruteira aqui, mas a comparação com os preços praticados nas fruteiras do Centro inviabiliza. Talvez uma cooperativa de orgânicos, com custos menores, possa funcionar e atrair mais gente”, sugere. Para Fiss, os bairros se tornaram autossuficientes, com farmácia, supermercado, médico e o desafio é ter atrativos não só para o turista, mas também reconquistar o público pelotense. O espaço de 176 anos virou ponto de encontro às tardes e com a Fenadoce, a circulação de pessoas aumentou entre os corredores, segundo observa o presidente
Melhorias a caminho
A gestão municipal prepara ainda um plano de revitalização do Mercado Central, que deve ser anunciado oficialmente em breve pelo prefeito Fernando Marroni. O secretário adiantou que serão feitas intervenções estruturais e melhorias nas áreas comuns, respeitando as exigências legais por se tratar de um prédio tombado. Um dos pontos destacados pelos permissionários é com a situação do sistema elétrico, que está precário e não comporta mais carga caso mais bancas venham a se instalar no Mercado Público Central.
Recursos
A verba para custear a revitalização deve contar com recursos mitigatórios, rendimentos e possíveis editais de fomento. O secretário descarta qualquer possibilidade de parceria público privada (PPP), tanto para a recuperação do espaço, quanto para a gestão. “A administração seguirá sendo pública”. A meta da Prefeitura é que todas as bancas estejam ocupadas até o fim desse processo, oferecendo à população e aos turistas um Mercado Central mais vivo, diversificado e representativo da cultura pelotense.