Uma nova rodada de pesquisa Genial/Quaest, divulgada na semana passada, revela que o eleitor brasileiro não quer nem Lula nem Bolsonaro em 2026. De acordo com o levantamento, 44% têm medo de Bolsonaro voltar e 41% têm medo de Lula continuar.
A pesquisa revela que 58% dos entrevistados acham que Lula não deveria buscar a reeleição, contra 38% que defendem sua candidatura. Para o atual presidente, o número é melhor do que no levantamento anterior, em maio, quando 66% consideravam que ele não deveria se candidatar.
No caso do ex-presidente Bolsonaro, 62% afirmam que ele deveria abrir mão e apoiar outro candidato, enquanto 28% dizem que ele deveria manter a candidatura. O cenário para Bolsonaro também melhorou: antes, 65% achavam que ele devia abrir mão da candidatura.
Lula já afirmou que deve ser candidato à reeleição e é o nome mais lembrado nos cenários do primeiro turno. Bolsonaro foi declarado inelegível, mas ainda se coloca como um possível candidato no próximo ano e ainda não defendeu nenhum candidato para substituí-lo.
Os números mostram que o eleitor deseja uma opção que rompa com o embate que já domina a política brasileira há anos. No entanto, a menos de um ano e três meses das eleições, porém, ainda não surgiu nenhum nome com potencial de crescer na disputa.
Na direita, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o filho de Bolsonaro e deputado licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL), e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disputam o espólio político do ex-presidente. Na esquerda, ninguém ousa questionar a liderança de Lula e se lançar pré-candidato.
Diante da dificuldade dos partidos em construir uma alternativa que fuja do lulismo e do bolsonarismo, o cenário para 2026 se desenha como mais uma eleição em que o brasileiro será levado a escolher seu candidato mais pela rejeição ao adversário do que pela convicção em um projeto de país.