A construção de uma nova ponte ligando os municípios de Rio Grande e São José do Norte é a peça fundamental para destravar o potencial do Porto de Rio Grande e consolidá-lo como o maior do Mercosul. A avaliação é do empresário Antônio Carlos de Carvalho Bacchieri Duarte, que vê na obra, incluída no PAC do governo federal, uma oportunidade histórica para o desenvolvimento de toda a região Sul.
Em entrevista à Pelotense 99.5, Bacchieri ressaltou que a infraestrutura é a condição essencial para atrair investimentos de grande porte. “Tendo a ponte, daria para ampliar o porto para se tornar o maior do Mercosul. Ninguém vai investir se tiver que passar de balsa”, afirma.
O empresário lembra da falta de acesso terrestre a Porto Alegre durante as cheias de 2024. Diante da situação, evidencia a urgência de novas alternativas logísticas. “A ponte é essencial para desenvolver toda a região. Na enchente, ficamos sem acesso a Porto Alegre. Precisamos de alternativas para chegar ao Centro e Norte do estado”, argumenta.
Segundo ele, a obra, somada às ligações rodoviárias com Argentina e Uruguai, posicionaria a Metade Sul como um grande corredor logístico continental. Duarte conclama as lideranças locais a se mobilizarem em prol do projeto e cita como exemplo o sucesso da união de esforços que garantiu a duplicação da BR-116. “Se houver união, da mesma forma como se uniram pela 116, será um projeto que vai avançar. Pelotas não pode achar que [o desenvolvimento] vai ser pra lá e não aqui”, completou, enfatizando o impacto positivo para todos os municípios da área.
Manutenção de rodovias e crítica ao prazo
Outro ponto abordado pelo empresário foi a modelagem da concessão para a manutenção do polo rodoviário de Pelotas. Ele considerou positiva a decisão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) de não incluir a manutenção em seu orçamento regular e dividir o projeto em quatro lotes.
No entanto, Bacchieri fez uma ressalva quanto ao cronograma proposto. “Uma crítica que se precisa fazer é quanto ao tempo da modelagem, são dois anos. Poderia ser em menor tempo a licitação”, ponderou.
O empresário menciona que a EcoVias, atual concessionária de trechos na região, estaria disposta a participar de uma nova licitação. “A EcoVias estaria disposta a participar. Não temos nada contra a empresa, e sim ao contrato ruim.”