A rede hoteleira de Pelotas projeta uma ocupação superior a 95% durante a 31ª Fenadoce, impulsionada pelo turismo de passagem e pelas férias escolares. A cidade dispõe atualmente de 2,5 mil leitos entre hotéis, motéis, hostels, pousadas e imóveis ofertados via Airbnb. A Secretaria de Turismo aposta em 100% de ocupação durante a quinzena de julho e início de agosto, período em que o turismo de negócios também se intensifica, cenário que anima os empresários do setor.
Em reunião com o segmento, o vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Pelotas (SHRBS), Marcelo Curi, destacou que os empresários estão preparados e projetam aumento na procura por hospedagem, especialmente nos finais de semana, com reservas de última hora podendo elevar a ocupação a 95%. Com a mudança na data da feira, o setor sentiu queda no movimento em junho, mas que já está sendo compensado. “No momento, estamos com 85% de ocupação nos fins de semana”, aponta Curi.
Uma percepção comum entre os empresários é a mudança no perfil dos hóspedes, que agora deixam de ser, em sua maioria, turistas de excursões para se tornarem visitantes individuais, famílias e amigos que viajam em carros particulares e têm maior autonomia para circular não só em Pelotas, mas também pela região. “Todos os hotéis estão registrando alguma movimentação de grupos e muitas reservas individuais também”, observa Curi. Durante a semana, a ocupação gira entre 60% e 65%, especialmente com reservas de última hora. “Temos uma expectativa de aumento dessa taxa durante a semana, podendo atingir 70% ao longo da feira”, estima.
Segundo o secretário de Turismo de Pelotas, Danilo Rodrigues, a expectativa de ocupação total acompanha o histórico de anos anteriores. A demanda hoteleira também deve se espalhar para cidades vizinhas. “Pelotas hoje conta não apenas com a rede hoteleira tradicional, mas também com muitos imóveis cadastrados no Airbnb. Estimamos de 800 a mil leitos oferecidos pela plataforma”, afirma.
Fabricio Chaves Ramos da Silva, 42 anos, proprietário de hostel há sete anos e atuando há 15 no setor, comemora a procura pelos espaços alternativos nesta época do ano. Segundo ele, os hotéis já não conseguem absorver toda a demanda. “São visitantes que chegam na quinta-feira e ficam até sábado, vindos de cidades como Porto Alegre, Caxias do Sul e Novo Hamburgo. Para este ano, já tenho reservas de duas famílias do Uruguai e uma da Argentina que vêm para a Fenadoce”, destaca.
Curi ressalta que, assim como a Fenadoce representa um dos períodos de maior movimento no setor hoteleiro, o Festival de Música, a Expofeira, as formaturas e outros eventos sociais também impulsionam a procura por hospedagem. “Do calendário de eventos festivos da cidade, com certeza estamos entrando em um dos melhores períodos. Não só para hotéis, mas também para bares e restaurantes”, pontua, destacando o movimento turístico no Centro Histórico, no Laranjal e em outros pontos da cidade, o que favorece a gastronomia local.
TURISMO
Uma das principais críticas de visitantes em edições anteriores da Fenadoce era a dificuldade de acesso aos pontos turísticos da cidade, especialmente aos domingos. Para este ano, a prefeitura garantiu ações integradas com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e outras instituições responsáveis por equipamentos culturais. “O compromisso da gestão é manter museus e espaços culturais abertos ao público durante o período da feira, inclusive aos domingos. Estamos trabalhando em parceria com a UFPel e já recebemos sinalização positiva de que os espaços estarão disponíveis”, garante o secretário.
