A anunciada reativação da planta industrial que pertenceu à Cooperativa Sul-Riograndense de Laticínios (Cosulati) em Pelotas representa um novo fôlego para a cadeia produtiva de leite na Região Sul do estado. A análise é de Leonardo Dutra, chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, que vê no movimento uma oportunidade de superação de desafios recentes e de modernização do setor.
Segundo Dutra, a Cosulati foi um belo exemplo de como a comunidade de Pelotas estava bem servida. O fechamento da unidade gerou um vácuo significativo, desestruturando parte da cadeia produtiva local. “Quando uma estrutura como essa deixa de funcionar, ela traz dificuldades para toda uma cadeia. Muitos produtores saíram da atividade leiteira e migraram para outras áreas”, pontua.
O líder da Embrapa destaca que, apesar dos desafios, que incluem o impacto de eventos climáticos como as recentes enchentes, a região possui uma forte tradição no modelo de produção leiteira. É essa base histórica que, somada à nova conjuntura, pode impulsionar o renascimento do setor.
Com a aquisição do espaço e o planejamento para o início da produção de leite em pó, a nova empresa compradora acena com um horizonte positivo. Nesse cenário, a Embrapa Clima Temperado se posiciona como um parceiro técnico fundamental. “A Embrapa vai usar sua expertise para auxiliar essa empresa. O nosso olhar se estende a toda a cadeia produtiva”, afirma Dutra.
A colaboração buscará ir além do apoio industrial, focando também na modernização das práticas no campo. “Uma das nossas entregas, em nível de campo, será a medição de produtividade animal por animal”, exemplifica Dutra, indicando um esforço para aumentar a eficiência e a rentabilidade dos produtores rurais, peça-chave para a sustentabilidade e o sucesso deste novo capítulo da indústria de laticínios na região.
