O quebra-cabeça do Centro

Editorial

O quebra-cabeça do Centro

O quebra-cabeça do Centro
(Foto: Jô Folha)

A melhoria do Centro de Pelotas é fundamental para o desenvolvimento. Passa diretamente pela melhoria da imagem da região a atração de investimentos, de turistas e de consumidores. Hoje, com a descentralização e criação de negócios em outras regiões da cidade, somado às vendas digitais e a presença de um shopping, o público naturalmente migrou para outras frentes. Por isso, criar sistemas onde o entorno seja atrativo é o caminho para que a população volte naturalmente a conviver na área central e, assim, volte a consumir.

Para isso, no entanto, é preciso investimentos e criatividade. O poder público é o primeiro que precisa agir, com limpeza, incentivos e restauro. Se todo o entorno for cinza e coberto de lixo, sem segurança alguma, qual o motivo para estar no Centro? Um outro ponto é a importância de criar atividades culturais, movimentos coletivos e até promoções. Fazer com que as pessoas queiram estar no Centro. E isso passa também pelos empreendedores e pelas entidades.

O ponto mais sensível disso tudo, porém, são os moradores em situação de rua. Parte-se de um princípio que ninguém quer estar vivendo sob uma marquise, dormindo no chão. Sobretudo em um inverno rigoroso e úmido como o nosso. Essa é uma das grandes reclamações dos comerciantes, com razão, e também um dos grandes desafios da administração municipal. Oprimir nunca é a solução. “Botar para correr” é desumano. Uma solução precisa ser articulada sem impulsos, considerando o fator humano e na busca por reinclusão e reinserção dessas pessoas. Talvez a solução esteja justamente na geração de uma forma em que essas pessoas voltem ao mercado de trabalho, mas é algo também cheio de minúcias.

A certeza é que ninguém está satisfeito com a forma como o Centro de Pelotas está hoje. Um projeto construído entre entes públicos, privados e associações é o único caminho possível para estimular uma retomada. Usar as nossas próprias forças, como a cultura e a história, como impulsionadores para isso parecer ser o primeiro caminho. Mas é preciso ir além.

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