Região teve a quarta pior taxa de mortalidade infantil em 2023 do Estado

Saúde

Região teve a quarta pior taxa de mortalidade infantil em 2023 do Estado

Com taxa de 10,9 óbitos por mil nascidos vivos, 3ª CRS ficou acima da meta estadual em 2023

Por

Região teve a quarta pior taxa de mortalidade infantil em 2023 do Estado
Boletim destaca que região não registrou nenhum óbito materno em 2023, mas 90 mortes infantis entre 8.260 nascimentos naquele ano. (Foto: Marcello Casal Jr.)

A 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), com sede em Pelotas, registrou em 2023 a quarta pior Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) entre as 18 regiões do Rio Grande do Sul. Os dados constam no Boletim Epidemiológico divulgado ontem pelo governo estadual, que apontou 10,9 óbitos infantis a cada mil nascidos vivos na região. O número também está acima da meta estadual, fixada em 9,68.

Segundo o relatório, a 3ª CRS somou 90 óbitos infantis em um total de 8.260 nascimentos. Ainda, dados preliminares para 2024 que constam no documento indicam uma TMI de 12,21, o que representa uma potencial alta e mantém a região acima da meta estadual (10,06). Foram 92 óbitos e 7.536 nascimentos registrados preliminarmente.

Além disso, outro destaque negativo em 2023 na mortalidade infantil foi em relação à desigualdade racial: a 3ª CRS foi a segunda do Estado com a maior concentração de óbitos de crianças negras, somando 16,11% do total de casos nesse grupo.

Apesar do desempenho preocupante nos indicadores de mortalidade infantil, o boletim destaca um resultado positivo na mortalidade materna na região. A 3ª CRS não registrou nenhum óbito materno em 2023.

A reportagem tentou contato com a 3ª CRS para uma avaliação dos dados, mas não teve resposta até o fechamento desta edição.

Mortalidade Materna no RS

O Rio Grande do Sul teve a segunda menor Razão de Mortalidade Materna (RMM) do Brasil em 2023, com uma taxa de 33,95 óbitos por 100 mil nascidos vivos. As principais causas diretas de morte materna no Rio Grande do Sul foram hemorragia e transtornos hipertensivos, responsáveis por 44% dos óbitos no Estado.

Com os números da RMM, o Estado ficou abaixo da média do país (55,3/100 mil NV) e aproximou-se da meta proposta pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) de reduzir a 30 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos.

O boletim também destaca que mulheres negras (pretas e pardas), indígenas e migrantes morrem proporcionalmente mais por causas maternas do que mulheres brancas. A taxa de mortalidade entre mulheres migrantes em 2023 foi mais de seis vezes superior à taxa geral do Estado.

Mortalidade Infantil no RS

A taxa de mortalidade infantil do RS em 2023 foi de 9,68 por mil nascidos vivos, abaixo da média nacional de 12,62. As principais causas de óbito infantil são afecções originadas no período perinatal (55,5% dos casos) e malformações congênitas (28,36%).

A gravidez na adolescência continua sendo um fator de risco significativo. A TMI entre mães de 10 a 14 anos chegou a 25,48 óbitos por mil nascidos vivos, mais que o dobro da taxa geral do Estado.

Dados da mortalidade infantil – 2023

CRSs com desempenho pior que Pelotas:

Bagé (7ª CRS) – TMI de 15,4 (mais alta do RS)

Cachoeira do Sul (8ª CRS) – TMI de 14,96

Palmeira das Missões (15ª CRS) – TMI de 11,95

CRSs com desempenho melhor que Pelotas:

Santa Rosa (14ª CRS) – 7,38 (menor taxa do RS)

Lajeado (16ª CRS) – 8,59

Caxias do Sul (5ª CRS) – 9,09

Porto Alegre (1ª CRS) – 9,11

Frederico Westphalen (2ª CRS) – 9,21

Passo Fundo (6ª CRS) – 9,32

Alegrete (10ª CRS) – 9,48

Santa Maria (4ª CRS) – 9,56

Santa Cruz do Sul (13ª CRS) – 9,6

Erechim (11ª CRS) – 9,67

Acompanhe
nossas
redes sociais