Em meio a um processo de renovação na CBF, permeado por manifestações de contrariedade por parte de alguns dirigentes de clubes do país, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman, defende os campeonatos estaduais. Figura relevante para a consolidação da chapa que levou Samir Xaud ao comando da entidade que rege o futebol nacional, ele prega cautela ao ser questionado sobre a possível criação de uma Série E do Brasileirão.
“É necessário fazer, e será feito, um estudo completo deste calendário. Envolvendo as demandas das federações, dos clubes. Vai ser criado um grupo de trabalho especificamente para tratar do assunto de calendário. Provavelmente ao longo de quatro, cinco meses, essas pessoas vão analisar e discutir o calendário do futebol brasileiro como um todo”, promete Hocsman, citando que esse grupo de trabalho unirá assuntos comuns às federações, como busca por patrocínios e fornecedores.
Hocsman diz que os estaduais não são “patinho feio” no calendário do esporte do país. “É preciso, talvez, readequar uma questão de número de datas, como foi dito pelo próprio presidente [Xaud] no seu discurso de posse”, afirma. O mandatário da FGF avalia positivamente a redução do número de datas do Gauchão, por exemplo – passando para 12 na edição deste ano. “Vejo os estaduais passando por uma readequação, mas não vislumbro no horizonte um enfraquecimento ou mesmo uma extinção”.
Debate iniciado
A possibilidade da criação da Série E do Brasileirão já é debatida. Conforme o portal CNN, o ASA (AL) e outros clubes da Série D da atual temporada entraram em contato com o novo presidente da CBF para debater o assunto. Seu antecessor, Ednaldo Rodrigues, disse em 2024 que considerava inviável o surgimento de uma quinta divisão em função dos custos.
“Tem que se fazer uma previsão orçamentária, entender o número de equipes que poderiam jogar essa competição. Ver se diminui a Série D, o número de participantes, e traz eles para uma Série E. Esse grupo de trabalho que está sendo criado dentro da CBF para discutir o calendário vai ter na pauta a questão de uma Série E nacional”, assegura Hocsman.
Dados do ano passado indicam a existência de 778 clubes profissionais no Brasil. Dentro do atual formato do calendário, apenas 124 deles possuem divisão nacional – 15,9%. A última reformulação nesse sentido foi confirmada em 2008, com a Série D sendo disputada em 2009 pela primeira vez. Na ocasião, houve uma reconfiguração da Série C.
Interventor no MT
O presidente da FGF está atuando desde o final de maio como interventor na Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF), após ser nomeado pela CBF. Isso porque o processo eleitoral no Mato Grosso acabou judicializado. A Justiça do MT nomeou um interventor e a CBF contestou e a proposta da entidade foi aceita pela Justiça.
